DISPERSÃO
Novamente, ei-me a lhe convocar a atenção
São móveis dunas esta mania de egocentrismo
Por um dia, até acho engraçado.
Escute cá minhas histórias pirotécnicas
Ouvistes algum estrondo? Não!
Então, falar-lhe-ei de tragédias e de dor.
Interessas-lhe?
Se lhe encontras afrouxada em meios de cirrose, troquemos
Irei tentar amolgar a tampa da caçarola a lhe trazer o amor...
Hã!
Se, na cadeira nem remexeste para o lado, esqueça.
Tentaremos a política, a astronomia, a liturgia
Às vezes, goles culturais nos livram do tédio
Contudo, haverá de ter assunto a move-la à vida...
Hum... Sei!
Dir-lhe-ei que notável ídolo da música descerá, hoje, em sua urbe
Quem quiser, pode se aproximar...
Não?
É, já vi
Tem noites engolidas pela vida em que as horas se remontam
Os olhares dissuadem-se e as “coisinhas” desabam do trono.
Já passa da meia-noite
Deixo sua atenção a esmo, em confortável espuma
Pois, como eu havia dito:
Por um dia, até acho engraçado.