Outono

Penso nos outonos, nas folhas que caem...

As árvores derrubam suas folhas uma a uma, até despirem-se de todas elas, até quedarem-se, perplexas e nuas, talvez ainda tentando entender o que acontecera ou o porquê disso acontecer. Nós sabemos que isso é uma Lei da Natureza. As árvores só sabem que ficam sozinhas.

Penso em nós... Assim como as árvores derrubam suas folhas, nós derrubamos nossas lágrimas e também pensamos PORQUÊ? E nos irritamos, nos revoltamos, nos questionamos. Sentimo-nos a última das criaturas! Talvez DEUS apenas nos olhe e sorrie, espantado com nossa ignorância. Talvez derrubar lágrimas seja apenas e tão somente uma Lei da Natureza. Porque quando as árvores perdem suas folhas, sua seiva se fortalece e através disso se renova, fazendo com que novas folhas, mais belas e mais fortes, renasçam. Então para a árvore o Outono pode ser um período de perda ou de renovação. Nossas Dores são nosso Outono: podemos enxergar só a perda ou podemos permitir que ocorra a renovação: despedir-se com serenidade do velho para aguardar com alegria o novo que SEMPRE vem.

O problema é que nos desesperamos com as perdas. As árvores também se ressentem, se abatem. Se tornam figuras tristes. Mas elas não desistem! Elas não morrem. Elas resistem, persistem e esperam o tempo certo das coisas. E o tempo SEMPRE passa, o novo SEMPRE vem porque DEUS SEMPRE AGE.

Já viu como são lindas, alegres, perfumadas e vistosas as árvores quando estão cheias de folhinhas novas e verdinhas? Repare! É LINDA!

A Dor é o Outono dos Homens.

Podemos achar que somos azarados, desgraçados, ferrados ou podemos pensar que simplesmente chegou ao fim um ciclo de nossa vida. Só isso! Não há um complô universal contra nós! É assim que pessoas que achamos boas saem de nossa vida sem entendermos porque. Ou circunstâncias favoráveis se evaporam deixando-nos de novo contrariados. As folhas não caem da árvore porque a árvore tenha cometido um grande erro ou simplesmente porque não sirva. A árvore sempre foi, é, e continuará sendo ela mesma! Assim nós! Não nos afastamos (uso afastar porque é absurdo usar o termo “PERDER” quando se trata de pessoas! Porque para perder algo é necessário que antes o possuamos. E nós possuímos coisas, não pessoas. As pessoas não são nossas, são de DEUS) mas continuando, pessoas não se afastam de nós porque não sirvamos, ou porque erramos (quem não erra?) mas simplesmente porque já acrescentaram em nossa vida tudo que poderiam ter nos oferecido e agora chegou a hora de outras pessoas, outras situações, nos acrescentarem com sua própria vivência.

E assim como sem suas folhas a árvore renova sua seiva – e por isso ela as derruba! – DEUS permite derrubarmos nossas lágrimas porque sabe que elas renovam nossa essência, transformam nosso Espírito, nos torna mais propensos a compreender, a ajudar, a amar. Podemos até nos abater e nos entristecermos como as árvores, podemos até pensar que não vamos agüentar, só não podemos desistir! Desistir de acreditar, de esperar o tempo certo das coisas, de crer na perfeição das Leis da Natureza e da Sabedoria de DEUS.

E assim, no tempo de DEUS e não no nosso, nos renovaremos e nos reergueremos com todo o ímpeto da Primavera!