Angel-epílogo

Olhando no espelho o olho roxo e os hematomas, Angel percebeu a fraqueza de sua condição.

Minutos sofridos em frente à verdade que persegue e atormenta, e um gatilho puxado. Um projétil na parede.

Nesse dia, decidiu-se: "Não matarás". E não matando, alterou-se o estado das coisas, e eu continuei meu caminho.

Mais tarde, sentados em um banco de praça , olhando para o acinzentado do ceu e o inútil da palavra, eu apenas encaro meu irmão gêmeo, o assassino de gêmeos. Com uma maleta com algum dinheiro numa das mãos e um 38 num dos bolsos do sobretudo.

Longe da minha antiga profissão de fabricante de valsas, e agora como atual aprendiz de matador, acredito que houve uma evolução.

Assassinarei cada palavra. Assassinarei a paciência alheia.

E isso tudo, sem sair do lugar.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 23/04/2008
Código do texto: T958550