o lugar que moro

é, perto e longe de ti,

onde caem cascatas

e surgem versos na

infinitude do seu olhar

moro na beira do grande lago

que então formou-se,

no qual você se banha

esperando-me passar

vivo na imensidão dos anseios

que fervilham ternura

sempre junto aos sonhos

sempre junto aos sonhos

nunca espero encontrar

prosa sem destino

sempre conto

novas estórias

e nunca as abandono, nunca as abandono ( ! )

moro onde o vento fez a curva

na barriga da antiga estrofe

depois retornou para rever-te inteira,

apreciar a rima que se completou na maternidade

. . . . . . . . . .é lá que mora o poema ~ ~ ~ ~ ~

Hoje tenho uma impressão:

ver-te assim sorrindo é o céu mais lindo

um céu possível

enquanto humano e construtor de mundos.

Dou razão ao mar,

também pereço sem o sal dos teus momentos,

juntos a desenhar dias futuros.

Moro na maciez da calma ética,

no timo das bibliotecas,

na certeza e tino da inspiração.

Durmo t r a n q ü i l o no afago, colo da mãe poesia.

Acordo na retidão da caminhada do pai dicionário.

Ouvir conselhos dos sábios no percurso

é meu trabalho incansável, diário! . . .

. .

. .

...e, se busco escrever demais, . .

salvam-me os afazeres, . .

que trazem para o tempo real . .

a expectativa da próxima página (!) . .

. .

pois . .

. .

a vida continua . .

. .

entre entrelinhas, e retas reticências.

Plácido Aus Santos
Enviado por Plácido Aus Santos em 24/04/2008
Reeditado em 21/09/2012
Código do texto: T960420
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