o lugar que moro
é, perto e longe de ti,
onde caem cascatas
e surgem versos na
infinitude do seu olhar
moro na beira do grande lago
que então formou-se,
no qual você se banha
esperando-me passar
vivo na imensidão dos anseios
que fervilham ternura
sempre junto aos sonhos
sempre junto aos sonhos
nunca espero encontrar
prosa sem destino
sempre conto
novas estórias
e nunca as abandono, nunca as abandono ( ! )
moro onde o vento fez a curva
na barriga da antiga estrofe
depois retornou para rever-te inteira,
apreciar a rima que se completou na maternidade
. . . . . . . . . .é lá que mora o poema ~ ~ ~ ~ ~
Hoje tenho uma impressão:
ver-te assim sorrindo é o céu mais lindo
um céu possível
enquanto humano e construtor de mundos.
Dou razão ao mar,
também pereço sem o sal dos teus momentos,
juntos a desenhar dias futuros.
Moro na maciez da calma ética,
no timo das bibliotecas,
na certeza e tino da inspiração.
Durmo t r a n q ü i l o no afago, colo da mãe poesia.
Acordo na retidão da caminhada do pai dicionário.
Ouvir conselhos dos sábios no percurso
é meu trabalho incansável, diário! . . .
. .
. .
...e, se busco escrever demais, . .
salvam-me os afazeres, . .
que trazem para o tempo real . .
a expectativa da próxima página (!) . .
. .
pois . .
. .
a vida continua . .
. .
entre entrelinhas, e retas reticências.