AI DE MIM

Em meandros, pulha que sou

Solapada mente com medo de tudo

Prostrada no escuro – tento-me olvidar

Um segredo que outrora domina

E traz a rima da atitude nefasta; rogo às pragas inclusas

Em meu arcabouço rasteiro, quiçá desprovido de mares, de cinzas.

Não posso ousar em sete bares

Sou fraco tal lamparina que apaga com o tento

Às margens duma roça sem pascigo, eu como, durmo e me enlameio

Meu fórceps abre a alma no conclave sinistro da dor

Não há memória, só ardor

De viés, espreita o condor dos ares – meu mais encíclico amigo – tem-me.

Por causas e falésias destampadas, amolgo

Dou rastro ao limo séquido e respingado duma nobre existência

O almirante parecido e mancomunado com a escada

Abóbada de luz, resquício de esplendor

Meu nome, minhas alcunhas, meu sofrimento em dorna de flor

Pecado ao ponto de ebulição do álcool, voltado pra mim.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/04/2008
Código do texto: T969467
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