INVERSO

O que mereço, só sei quando adormeço;

O que desejo, só sei quando te vejo;

O que acho que é certo, só sei quando desperto;

O que deveria dar, não consigo encontrar;

O que poderia ter, não consigo receber;

O que faço com prazer, não consigo me deter;

O que sinto em mim, é condenado a não ter fim.

O que posso merecer, é lhe satisfazer;

O que posso desejar, é poder lhe alcançar;

O que tenho certeza, é sobre a sua beleza;

O que dou, não é mais do que sou;

O que tenho, não passa de um desenho;

Não procuro me deter, porque faço com prazer;

Sou condenado a não ter fim, pelo que sinto em mim.

Sérgio Corrêa
Enviado por Sérgio Corrêa em 11/01/2006
Código do texto: T97102