INVERSO
O que mereço, só sei quando adormeço;
O que desejo, só sei quando te vejo;
O que acho que é certo, só sei quando desperto;
O que deveria dar, não consigo encontrar;
O que poderia ter, não consigo receber;
O que faço com prazer, não consigo me deter;
O que sinto em mim, é condenado a não ter fim.
O que posso merecer, é lhe satisfazer;
O que posso desejar, é poder lhe alcançar;
O que tenho certeza, é sobre a sua beleza;
O que dou, não é mais do que sou;
O que tenho, não passa de um desenho;
Não procuro me deter, porque faço com prazer;
Sou condenado a não ter fim, pelo que sinto em mim.