LÁGRIMAS DO MUNDO
Ah, essas folhas plangentes!
Murchas ao cair do astro; não invadem
Leito casto, sutil e demoradamente vasto neste infindo azul.
Ocupo-me com conchinhas na praia
Escuto os peixes-leões ressoarem canções de obituário
Ora, peixes, remem!
Do outro lado do incerto há um tal de Alberto – inquisidor e apoético
Cheirando a alho, goma de mascar e aceto
É meu mais indecoroso afeto por trás do engalanado [poeira se fez].
Sim, peixes...
Tentem remar com a velocidade das asas do tempo; não haverei de acender o lampião antes das nove – estarei de costas para o luar, a instar, a aceitar, a bebericar.
Tocas suas hospedarão as lágrimas do mundo – todas – e farão delas, aperitivo
Não saberemos quão larga será a alameda
Mas, coisa boa eu lhe asseguro:
O tal homem – supra-citado – abençoará, mil vezes, suas abocanhadas
E os cobrirá de dourado pó a lhes influir vida eterna
Então, durmam peixes... Durmam!