Neste dia das mães, que passei sem filhos, por que estavam ocupados/cansados, /desinteressados, fiz como todas as mães do mundo, olhei para frente e dei um sorriso, uma desculpa, um abraço dentro do meu coração e perdoei.

Lembrei que também sou filha e que também deixei minha mãe esperando o abraço que não tive tempo/vontade/ interesse para deixar meu comodismo e correr a dar-lhe o merecido beijo.

Pensei, bem culpada, que eles também, num dia, no futuro, ficarão esperando que os seus filhos lhes façam um carinho de surpresa, que venham sem avisar, mesmo que isso lhes custe um desgaste, e, de novo, perdoei as ausências, desculpei o descaso, sequei a lágrima teimosa e segui em frente.

“Transferi” o dia e pensei comigo: que bobagem, todos os dias são das mães, quer elas queiram, quer não, quer os filhos gostem, quer não, e, como se fosse a coisa mais natural do mundo, segurei a tristeza, driblei o aperto que insistia em doer no peito, chutei pra longe a desilusão e fiquei, com aquele sorriso bobo de quem não que dar o braço a torcer, deixando que o dia passasse, que a noite viesse e que a vida voltasse a ter cor...

nadiaestrela
Enviado por nadiaestrela em 11/05/2008
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