O POEMA DE AMOR

Porque cada poema de amor precisa ter amado mais que o próprio verso que o descreve. Precisa, necessariamente, ter doses severas de pura sentimentalidade, daquela sentimentalidade quase inenarrável, quase indescritível, daquela sentimentalidade que é pura química e que extrapola os limites da leitura. Ah... sim! Cada poema de amor precisa ter química, uma morfina de palavras, de gestos, de gostos... sabores não ao acaso, mas que retratam ilimitadamente o caso... precisa ter cumplicidade para escrever e para receber o que se escreve. Porque cada poema de amor precisa ter jeito... como um delicioso beijo que se dá com a língua e a boca molhada e quente; precisa ter dias claros... noites estreladas, precisa ser a definição do indefinível, a retratação do irretratável e o querer sempre, sempre cada vez mais por amor... porque só por amor, só amando muito será realmente um poema de amor.

Adriano Hungarô
Enviado por Adriano Hungarô em 15/05/2008
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