AH, ESSES ANJOS DA SOMBRA! – MENÇÃO A DRUMMOND

Os anjos da sombra são os mais intrépidos que há

Com fisgos nas pontas dos dentes e dedos de alicate, gemem

Tremem sempre quando encontram um “gauche”.

Intensos, viris e exacerbadamente moleques, riem de tudo

Quando, de cabeça para o inferno, esgoela futuro promissor

Estouram os balões dourados a nos cobrir de pó.

Lanço-lhes as descrentes serpentinas coloridas e lhes dou as costas

Sem o pesar constante de que, a qualquer instante, uma perna aparecerá

A me colocar de joelhos, pelos anos e anos, junto da minha prosa.

[Que me contrarie mestre Drummond].

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 20/05/2008
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T997680
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