AH, ESSES ANJOS DA SOMBRA! – MENÇÃO A DRUMMOND
Os anjos da sombra são os mais intrépidos que há
Com fisgos nas pontas dos dentes e dedos de alicate, gemem
Tremem sempre quando encontram um “gauche”.
Intensos, viris e exacerbadamente moleques, riem de tudo
Quando, de cabeça para o inferno, esgoela futuro promissor
Estouram os balões dourados a nos cobrir de pó.
Lanço-lhes as descrentes serpentinas coloridas e lhes dou as costas
Sem o pesar constante de que, a qualquer instante, uma perna aparecerá
A me colocar de joelhos, pelos anos e anos, junto da minha prosa.
[Que me contrarie mestre Drummond].