Solidão (Vielas da vida)

Descortina sobre mim

as lembranças ternas

que o vento traz com suavidade,

acariciando a minha célula microscópica.

Um órgão solitário pulsa na força

despendiada de um som oculto.

No latir de um cão na rua de minh’a alma,

o eco de um grito em meio a multidão,

insensível, estressada no corre-corre

do cotidiano imundo e desumano.

Olhos, passos, corpos que não se

encontram, não se sentem.

Não vêem a dor que emana no

barulhento trânsito da cidade grande.

Ficaram para trás os meus passos,

meus carinhos, meus abraços,

numa solidão, num descompasso.

Em uma viela qualquer depositei

meus sentimentos em estilhaços.

Minnie Sevla

Minnie Sevla
Enviado por Minnie Sevla em 20/05/2008
Código do texto: T997700
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