ÀS ASPAS

Ora essa, escudo não grato!

Sabes que não há ferrolho à alma do poeta

Por que surgiste em vão melódico?

A ardência se esvai ao toque catastrófico das tuas unhas

Conceda com sua ausência, mote divino e inspirador

Haja de modo mítico, como a arca de Noé.

Sabe, penso muito...

Nem nas ojerizas cantantes envergas o convite

Se não estou a instar-lhe, desapareça.

Vírgula reboladeira, febre usurpadora da criação

Inda tens o capricho de desfilar sobre as nuvens...

Assim é demais!

Por vezes, nesta prosa, pensei em homenageá-la

Qual o que? Nem se apartou das tetas!

Desde que se mude a logradouro incerto e não sabido, ei-a:

“Poetizar é, acima de tudo, embriagar-se com a vida”.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 20/05/2008
Código do texto: T997790
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