ÀS ASPAS
Ora essa, escudo não grato!
Sabes que não há ferrolho à alma do poeta
Por que surgiste em vão melódico?
A ardência se esvai ao toque catastrófico das tuas unhas
Conceda com sua ausência, mote divino e inspirador
Haja de modo mítico, como a arca de Noé.
Sabe, penso muito...
Nem nas ojerizas cantantes envergas o convite
Se não estou a instar-lhe, desapareça.
Vírgula reboladeira, febre usurpadora da criação
Inda tens o capricho de desfilar sobre as nuvens...
Assim é demais!
Por vezes, nesta prosa, pensei em homenageá-la
Qual o que? Nem se apartou das tetas!
Desde que se mude a logradouro incerto e não sabido, ei-a:
“Poetizar é, acima de tudo, embriagar-se com a vida”.