Esse povo que passa e que a gente vê que é a gente mesmo.

A gente quer sempre saber

verão, primavera, outono.

Vai chover? Solarar?

Florir? Não vai nevar!

Querer, a gente quer!

E quer adivinhar

o que vai correr.

Vai viver, ou enterrar…

A gente precisa! Clama, necessita

– dum ponto a nunca se fazer usar!

Jogo de cartas, cristais em bola,

mil jornais, previsões do tempo.

É tanta precisança que a gente esquece

que a adivinhação nunca permanece,

que a vida tende mesmo é a errar

– já previstos, o surpreender e o findar.

Vinicius de Andrade
Enviado por Vinicius de Andrade em 24/04/2012
Código do texto: T3631067
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