Secura.

O mundo fez-me navio,

Rígido, imponente – bicolor.

Fez-me correto, laminoso

Ao beijar o mar.

Cobriu-me de velas apagadas,

Costuradas em sólidos mastros,

Soltas e leves, cheias de vida

Quando em rumo magnético.

Meus chãos, nunca pisados,

Lustrosos e belos,

Tapam-me as entranhas.

Fizera-me, assim, o mundo.

E, como se só bastasse a existir,

Encerrou-me numa garrafa.

Vinicius de Andrade
Enviado por Vinicius de Andrade em 23/06/2012
Código do texto: T3740318
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.