A sucuri carinhosa

Uma cobra meiga e delicada

Estava deslizando pela passada

Sem fazer muita onda

Mesmo sendo uma sucuri ou anaconda.

Desde menina a carne detestava

De toda violência se afastava

Brincando com jacaré e bezerrinho

Que passavam pelo seu caminho.

"Sucurinha", suspirava sua mãe coitada,

"Por que você é mal comportada,

Divertindo-se com a alimentação,

Quebrando o meu pobre coração?"

Mas a nossa anaconda mansa

Nem tanto queria encher a pança,

Contentando-se com um grão por dia

Apesar dos dez metros que media.

O tempo passou assim

Em uma paz sem fim

E até hoje é sabido no pantanal

Que como ela não tem igual.