Confissão
Homem de poucos amigos, confessa
menino que cresceu com uma outra visão
visto que o muro pode ser desnecessário
quando prisioneiro e carcerário podem ser um só
e nunca disse um te amo que não sentisse
porta não abriu se pediram que não abrisse
nunca sorriu se eram os lábios puro fel
nem o falso mel espalhou por aí
magoou algumas vezes no ano
muitas vezes foi magoado também
brincou com os considerados do peito
que se não eram muitos, importantes eram sim
muito mais voltado para as coisas de dentro
o lamento foi só um murmúrio e apenas isso
como os espinhos que queriam a flor intocada
isolada até que o sol a descobriu.