Dois gumes

Num emaranhado de palavras

Cabem uma infinidade de emoções

Cabem leveza de uma adaga

E o peso amargo das divagações

As palavras tem a fúria dos ventos

O silvo sob um semblante tranquilo

Nas memórias do sinuoso tempo

Nada apaga o que foi dito ou escrito

Navegam palavras em gritos contidos

Em poucas palavras cabem verdades

Na mudez daquilo que não foi dito

Na tentativa vã de conter tempestades

Palavras, um aço de dois gumes

Que fere, adentra e provoca sangria

O clamor, a voz que separa e une

A chaga e a cura contida na poesia