Refluxo

Nas grandes metrópoles corre a vida

Espaços abarrotados consomem-se

No ir e vir caótico, no clamor dos dias

Verdadeiros sonhos não se corrompem

Segue-se o fluxo incessante das horas

Crendo num amanhã, selamos nossos passos

Na vaga esperança que habita o agora

Que nos chama a prosseguir perante o descaso

Vê, que o hoje é tudo que temos

Um clamor divino que convida-nos viver

Basta-nos o hoje e com ele lutemos

Sempre em frente sem esmorecer

Navegantes do asfalto em um curso refluxo

Que as dores do passado sejam-nos sementes!

A germinarem na vastidão, um futuro

Temos nas mãos o tempo presente!