Paradeiro

Sobre uma letra ainda não escrita, escrevo

Sem transpô-la em saudade

Mas, ai! A demora da vida em vingar-se

Sobre os espinhos ressentidos de rosa!

A demora esculpida na água que se solidifica!

A mente se cansa de tanto ouvir

E não importar-se com nada

É seu pleno decidir.

Nado estreito, peito inflado,

o espírito traz, num embaraço,

Parado, distante está do paradeiro

Dos pensamentos sitiados,

Nem o espera,

nem vive, nem reza.

Trazer cativo o Aquilão, pudera

Gastos loucos em quimera!

Lirianna
Enviado por Lirianna em 17/10/2023
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