O BAILE DAS ABELHAS
Fervia nos favos da colméia
Um zumbiléu de abelhas
Num balão pendurado
Se boleando no galho
Estufado de convidados
. . .
Dançavam alguns besouros
Com abelhas cor de ouro
Flutuando as asas
De mel lambuzadas
. . .
Uma verde cigarra
Reco-reco rabecava
De parceria com um grilo
De musicanto servindo
. . .
Esbeltos pernilongos
Zanzavam um tango
Na falange dos mosquitos
Assoviando apito
. . .
A abelha rainha cismando
Foi dançar com um louva-deus
Se acaso morrer de frio,no inverno
Com esperança de ir pro céu
. . .
Algumas moscas lustrosas
Zumbiam pelas favas
Entre o perfume floral
De geléia-real
. . .
Luzindo num deslumbre
Deslizava na cera um vagalume
Com uma abelha laranjada
Balofa como uma jaboticaba
. . .
E lá fora o sapedo
Lambiam os beiços
Esperando o balão cair
De tanto sacodir
Prá fazer comilança
E encher a pança,
-Ou será que queriam entrar na dança?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .