A GAROTINHA DAS ROSAS

Numa cidadezinha do interior do Ceará, pequena, mas muito linda, residia uma família muito querida de treze pessoas. Só filhos eram onze. Sete homens e quatro mulheres, todos tinham apelidos. Seu Aloisio e dona Emília, eram os chefes daquela linda e grandiosa família. Todos tinham apelidos pelos quais eram conhecidos e o mais interessante é quem os apelidou, por não saber ainda falar direito, o nome de cada um, foi a caçulinha, que na época, só tinha quatro aninhos. Ela se chamava Danielle e era mimosa com uma flor, com seus cabelo castanhos e longos, parecia uma linda bonequinha de vitrine.

Quando a Tatinha, sua irmã mais velha, estava pra chegar do trabalho todas as tardinhas, a outra irmã, Tedinha, a tornava mais linda, amarrava seus lindos cabelos feito duas Maria Chiquinha, com fitinhas cor-de-rosa e ela saia toda linda numa bicicleta de rodinhas para ir ao encontro da Tatinha que a tomava nos braços enchendo-a de beijinhos e querendo saber as novidades as quais ela logo se prontificava a contar, com aquela graça toda dela.

Vinha toda faceira, para contar tudo, inclusive a novela de rádio, que ficara encarregada de ouvir para lhe contar, detalhes, por detalhes, e que até aprendera uma canção italiana. Assim Tatinha:

- Só quando chegar em casa dizia a Tatinha, já que estavam na rua. Quando chegavam em casa sentavam as duas no janelão da sala para que a Dani dissesse assim:

-olha a música que eu aprendi e botava a boca no mundo. “ Pende questa manô ,Zingara...” Na linguagem dela. Era uma graça! E assim ficavam horas conversando até que chegava a hora de dormir. Afinal, só tinha quatro aninhos e a Tatinha a carregava no colo para leva-la à sua caminha, toda enfeitadinha de rosas, E lá a Tatinha ficava até que ela adormecesse, mesmo que ainda estivesse falando das novidades quase dormindo.

Todas as manhãs, ela se levantava antes de todo mundo e ia ao jardim, colher rosas para seus pais, e o mais interessante era que seu pai, o seu Aloisio era quem cultivava aquele jardim que ela dizer seu. Ela subia na cama e despertava os pais dizendo: Bom dia papai e mamãe! Eu já acordei! E com um beijo lhe entregava as rosas, uma para cada um, depois chegava na Tatinha, que fazia o café antes de ir para o trabalho e seu lanchinho especial.- mingal de aveia.- dizia: agacha aí Tatinha, e com as mãozinhas para traz, escondendo a rosa que lhe entregaria com um beijo, de um bom dia.

Quando nos finais de semana, ela não largava a Tatinha, por nada! Parecia a corda e a caçamba. Era tanto amor que pareciam mãe e filha.

Havia bem na entrada da cozinha, um coqueiro bem alto e pertinho dele, um poço artesiano e quando ela queria tomar banho, dizia: Tatinha, eu vou encher a bacia, para você me banhar certo? E lá ia ela para o poço artesiano. Mas toda vez que acabava de encher, corria para a Tatinha e dizia. Ponto Tatinha, já enchei! Mas quando olhava, no fundo da bacia cheia, avistava farelos do coqueiro e dizia: tem tumiga, tem tumiga! Derramava toda água e enchia a bacia novamente. Terminando por dizer: Não quero mais tomar banho aqui: tô muito cansada e tem muita, muita tumiga! Como era linda aquela garotinha das rodas, de nome Danielle! Mas que queria ser chamada de Dani.

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Tumiga, era como a Dani chamava formiga