CONVERSAS DE SALA DE ESPERA

Uma pessoa, mulher, bem mais jovem, conversou comigo em uma sala de espera de um determinado profissional. Assim do nada, a partir de um comentário sobre um assunto, iniciamos um bate papo no mínimo interessante.

Ela estava na minha frente e ainda haviam três pessoas antes dela para serem atendidas E me perguntou se eu era professora( talvez devido ao comentário que eu havia feito a respeito de ser jovem hoje em dia) e eu lhe disse que nãoe,que sou Assistente Social já aposentada. Ela então me disse que havia passado por uma situação ruim, seu namorado havia exigido que ela não usasse shorts e logo ela esclareceu que gostava muito de shorts ( na ocasião ela estava de calças compridas j e não vê motivo para não usar ,já que nem sua mãe lhe exige isso. Eu lhe disse que usar short era uma escolha dela e que não seria da conta de ninguém o que ela veste ou deixa de vestir . Ela então comentou que ,realmente ,não cogitou de parar de usar mas ficou assustada com o que lhe pareceu uma imposição do namorado. Eu então tentei refletir que infelizmente e absurdamente ainda existe esse tipo de homem que imagina a namorada ou esposa ou companheira como seu objeto de estimação. portanto, sujeito às suas vontades. E que alguns inda se sentem o príncipe que salvou a princesa e. portanto. tem poder sobre ela. Mas que na verdade, não existe essa de salvar a princesa e que ainda que ela esteja ( ou se sinta) em uma torre, ela pode escolher pular e enfrentar o dragão que estiver à sua espera .até porque não existe o beijo que a acordará para a Vida. uma vez que é a sua própria Força Interior que está no comando e que nós memos escolhemos e fazemos nossa jornada.

Ela me ouvia atentamente e,as vezes sorria e em um determinado momento perguntou sobre as metáforas que eu estava usando e eu, claro, devido a diferença enorme de idade( ela devia ter no máximo 25 anos e eu até poderia ser sua avó) lhe falei que aquelas eram figuras dos chamados " contos de fadas" qua a minha geração havia ouvido muito das mães ,muitas vezes, antes de dormir. Ela então perguntou: "Ah! conheço a historia do lobo mau, vi em um filme na TV mas no final a menina ficava com o lobo". Entendi logo que ela tinha visto "A garota da capa vermelha" ,um filme feito sobre o famoso conto de fadas "Chapeuzinho Vermelho" mas de uma forma inversa, humanizada, sem maniqueísmo. E lhe disse que sim, o filme era uma metáfora sobre a existência dos tais

Bem e Mal de uma forma bem mais subjetiva, tanto que no final a jovem passa a cuidar do lobo . Ela lembrou disso e concordou. Eu então continuei , dizendo que temos capacidade de fazer nossas escolhas e.tomar nossas decisões e deixar isso bem claro para o " lobo mau". Enfim, que somos nossas próprias fadas madrinhas .

A ultima pessoa antes dela , saiu da sala do atendimento e ela então me falou que havia gosta muito de conversar comigo e que eu acabara de mostrar a ela que pessoas mais velhas( e ela até pediu desculpas por dizer assim) tem muito o que ensinar aos jovens. E que e la já estava pensando em como enfrentar o dragão.

NINFEIA G
Enviado por NINFEIA G em 14/06/2023
Reeditado em 02/03/2024
Código do texto: T7813437
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