O valor das mercadorias

As coisas só são úteis ao homem quando desejadas. Segundo Freud o homem em determinado momento de sua espécie trocou o prazer pela segurança, ou seja, ele deixou de viver como animal irracional para viver como um animal racional. Assim podemos dizer que tudo o que nós fazemos é proveniente de um desejo. Que o homem passou atribuir mais valor para sua segurança, inventando uma enorme quantidade de regras para que tal fato se realize. Deixando de viver somente pelos instintos naturais o homem atribui valor em tudo o que ele faz, por conseguinte, para adquirir um bem ele precisa dispor de um bem que já lhe pertence. Assim qualquer bem que possa satisfazer as necessidades humanas é um bem econômico. Todo bem econômico pode se transformar numa mercadoria se o seu valor de troca for maior que o valor de uso, isto é, toda mercadoria consiste basicamente em produtos que existem simplesmente para satisfazer o prazer que o homem tem em trocar seus produtos para assim adquirir outro produto que lhe proporcione uma maior realização. Portanto, o valor das mercadorias é determinado por seu caráter fetichista (desejo), ou melhor dizendo, o homem atribui valor no que é produzido por ele de acordo com o desejo que ele tem de possuir esse produto. Podemos fazer uma analogia com o mundo religioso onde o cristão segue determinados valores para alcançar a salvação, e o mundo das mercadorias onde também tudo é feito com o propósito de se obter uma recompensa, ou seja, o homem é induzido a realizar um meio para atingir um fim. No entanto, podemos dizer que o caráter fetichista das mercadorias reside especificamente no capital privado, pois se todos pudessem usufruir toda mercadoria sem dispor de outra mercadoria para ter seu desejo realizado, a busca alienada que faz com que o homem louve uma mercadoria como se fosse um deus, tornando cada vez mais intenso o seu desejo de trocar mercadorias para assim obter prazer, já não ia existir.

Portanto se o capital privado deixasse de existir, o caráter fetichista das mercadorias também não existiria.

gilbertodetoledo
Enviado por gilbertodetoledo em 06/07/2008
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