JAWL

Jawl. A primeira coisa que muita gente vai pensar é “de onde a Jana tirou isso?!”. E muitos poderão passar batido por esse texto, e tirarão conclusões precipitadas e não saberão o verdadeiro significado da palavra. Jawl, na verdade, é um nome árabe, que significa liberdade.

Todo mundo tem várias virtudes, e é claro que cada um se identifica mais com uma ou outra. Me enxergo em várias, e pra cada situação uma transparece mais do que as outras. E a liberdade é uma delas, já que, apesar de ser uma palavra ampla, com inúmeras interpretações, pra mim significa a condição de um indivíduo não ser submetido ao domínio de outro e, por isso, ter pleno poder sobre si mesmo e sobre seus atos, sendo assim livre, desde que saiba arcar com as conseqüências.

O desejo de liberdade sempre está à flor da minha pele, e sempre encontro esse sentimento profundamente arraigado em mim. Plenitude define a sensação, já que muitos acabam não a possuindo, pois se sentem prisioneiros de angústias, culpas, doutrinas e normas, não se realizando. A liberdade é baseada nos meus valores, na minha escolha individual, e é a condição primordial da ação, a capacidade de escolha. O ruim é que nem sempre é fácil e simples. Significa renunciar uma alternativa pra optar por outra.

Não existe um ser humano totalmente sem liberdade, pois por mais escravo que ele seja, ainda assim lhe resta algum poder de escolha. E também não há liberdade infinita, já que o planeta tem seus protocolos. "Ser - livre" não significa "obter o que se quis", mas sim "determinar-se por si mesmo a querer", “determinar-se a si mesmo e por si mesmo o que escolher”.

É contraditório, eu sei, porque por mais livre que uma pessoa seja ou se sinta, ela ainda não é. Luis Fernando Veríssimo disse que alguém só poderia se dizer realmente livre se decide de uma hora para outra, que naquela noite quer jantar em Paris e pega um avião. Mas mesmo este depende estar com o passaporte em dia e encontrar uma poltrona livre. E nunca escapará da dura realidade de que só chegará em Paris para o almoço do dia seguinte.

A liberdade não é alguma coisa que é dada, encontrada e muito menos comprada. Ela resulta de um projeto de ação, sendo uma árdua tarefa cujos desafios nem sempre são suportados pelo homem, resultando nos riscos de perda por quem se acomoda e não luta para obtê-la. Luis Fernando ainda cita que “a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo” e eu não tenho e luto por liberdade todo santo dia. Apesar de decisões erradas, sou livre até por escolher aquilo que me faz mal, e desse jeito me realizo a cada nova escolha. Livremente.

Janainaa Simplicio
Enviado por Janainaa Simplicio em 12/07/2008
Reeditado em 16/07/2008
Código do texto: T1077555
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