Pichação: Um gesto de expressão

Vivemos em um país que em 1967 a 1968 foi transformado pela Tropicalha, um movimento cultural liderado por grandes cantores, a exemplo Caetano Veloso, que no meio da ditadura lançaram músicas que criticavam o regime militar. Esse movimento foi feito para expor as idéias das pessoas, expressar o que cada um estava sentindo diante de toda aquela violência e opressão.

Em 2008, 40 anos depois desse movimento, estamos diante de outra expressão, que não vem das músicas, vem de pichações de jovens e adolescentes que tentam expressar o que pensam da corrupta política brasileira, e o que sentem da exclusão social que sofrem.

Andamos todos os dias pelas ruas brasileiras, reclamamos dos muros que amanhecem pichados, criticamos os pichadores e falamos mal da prefeitura que não resolve esse problema. Porém nunca paramos para observar o significado da pichação e o que está escrito lá.

Essas pichações, muitas vezes, são desabafos, gritos silenciosos de socorro, maneiras de ter contato com essa sociedade que é cega pelo interesse ou, até mesmo, o jeito que esses pichadores encontram para mostrar ao mundo que existem.

Esses rabiscos são expressões de sentimentos, porém estão tomando as paredes das cidades e os monumentos históricos estão ficando todos riscados. A solução para isso não é ceder um espaço para os pichadores riscarem, pois a emoção deles é correr o risco de pichar em lugares proibidos e altos.

O que deve ser feito é a integração desses adolescentes com a educação, a escola e a aprendizagem, para que eles possam ter o seu espaço na sociedade e se torne cidadão de bem, com direitos e deveres.

Ana Paula Vilhena
Enviado por Ana Paula Vilhena em 08/08/2008
Reeditado em 08/08/2008
Código do texto: T1119117
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