é possível

Nasce num tempo onde o inicio em decadência flui.

No ano 1984, ou 74 ou 58, ninguém devia, por um casual, nascer no outono mais frio, no verão mais quente, na primavera poluída da década por adentrar-se. Mas ele nasce ai, não tem um fogar muito cálido, não tem um principio de amanha, nem redes onde proteger-se, nem um grande corpo onde agüentar as pancadas recebidas, mas nascer se nasce.

E se caminha por ai afora, se anda as voltas, deitado pelos montes, as ruas, as sombras que a cidade habilita para o anônimo. Mas caminhar também se caminha.

Umas vezes aos tombos, outras direito ao pescoço de aqueles que nos fazem dado, e são tantos e tão desmesurados nas suas ofensas, que a miúdo um fica danado, bem danado e com problemas de tirar a dor das feridas entranhas.

Incluso por isso em ocasiões indecisos nos deixamos cair nos braços abertos de um Morfeu improvisado. Abusos e licores que destilam do espírito outras essências, às vezes nem amargas.

Mas evadir nos evadimos por rotas incredíveis, em tempos parados, ate o deserto onde surgir liberta algum pesadelo. De o confrontar regressamos. Sim, porque regressar também se regressa.

Nem sempre cumprimos as nossas divinas promessas, no entanto um pode decidir ao menos em isto ser veraz e conseqüente. De fato um desconfia mas nunca a certo sabe que a verdade esconde duvidas; nem sempre ajuda a livrar aos seres do seu destino, enquanto ao menos oferece um refugio para os dignos, que também se iniciam no astuto. E muitos de nós somos daqueles de:... "e com isso esta tudo dito".

A busca não será inútil, nunca foi inútil e afinal, ate é possível, de lutar consigo mesmo, encontrar um livre sito dentro deste derruído edifício