É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
“Os deuses nos invejam, porque somos mortais. A qualquer instante pode ser o nosso último momento". Quem viu o renomado filme Tróia conhece bem a frase acima dita pelo herói Aquiles, mas já pensou em reformulá-la? “Os deuses nos invejam, porque somos mortais. Amamos intensamente porque pode ser o nosso último momento”.
Mas como definir amor? Amor é talvez a única palavra da língua portuguesa que não expressa perfeitamente o seu significado real. Amar alguém e ser amado é muito mais intenso e grandioso do que qualquer conjunto de letras. Amamos porque somos mortais, e essa condição nos leva a ter medo de perder alguém, faz com que construamos um sentimento tão intenso que nunca poderíamos expressá-lo ou caracterizá-lo com meras palavras. Amar o outro sem saber o amanhã. Talvez seja esse o nosso grande desafio.
Desafio porque por muitas vezes deixamos a pessoa que amamos com uma palavra rude ou até mesmo sem palavras, pois acreditamos que amanhã a veremos novamente. O problema é que muitas vezes o amanhã não vem, e fica aquele sentimento de angústia, de arrependimento. O amanhã não vem e o que fica são lembranças e saudade. Saudade de amar alguém como se não houvesse amanhã.
Se todos seguissem o exemplo do nosso saudoso e lendário Renato Russo, o sofrimento com a perda de algum amor seria tão menos doloroso. Teríamos a certeza de que amamos tão intensamente que todos os deuses nos invejariam por saberem que amanhã não será seu último dia.