Trabalho uma questão necessária para quem?

Para Marx, a maneira a qual está organizada o sistema econômico de um país, influencia em grande parte o modo de produção (trabalho), o qual existe principalmente para perpetuar esse sistema econômico.

Com ênfase, no capitalismo onde o trabalhador vende a sua mercadoria (que é à força de trabalho) em troca de uma renumeração e, assim produz outras mercadorias. Processo que infelizmente só serve para enriquecer o dono da empresa, pois este remunera mal o seu empregado para aumentar a fatia do seu lucro. O que naturalmente provoca uma inversão de valores, isto é, o empregado produz pensando que está produzindo algo útil para si mesmo, quando na verdade só está colaborando para a sua própria exploração.

Com a idéia de acumular capital (que é uma idéia que existe no indivíduo desde a sua infância) o trabalhador vive angustiado para adquirir o maior numero de capital que conseguir, tudo que ele quer é vencer na vida, isto é, alcançar sucesso em todas as suas realizações enquanto homem. Por isso nem se importa com as condições exigidas. Assim, ele simplesmente submete-se a cumprir as regras que são impostas pensando que é ele que está impondo tais regras. Também é importante salientar que o homem só aceita cumprir essas regras (ser dominado) com o intuito de também querer ditar regras (ser um dominador), por exemplo, um indivíduo quando nasce é inserido numa aprendizagem que ensina que para vencer na vida ele precisa aceitar todas as normas que já são existentes. Assim a sua vida é em grande parte somente procurar meios para viver da mesma maneira que vive, aqueles que estão vivendo no controle da situação no momento atual. Melhor dizendo todos querem estar no comando, assim nem se importam em viverem comandados.

O que eles ainda não perceberam que estão sendo usados unicamente com o propósito de reproduzir o sistema capitalista pois na medida em que o trabalhador se comporta como apenas mais uma peça que compõem essa imensa máquina do capitalismo, ele está condicionado a viver de acordo com essa realidade, sem qualquer perspectiva de mudança. Por outro lado se o trabalhador tiver consciência que ele precisa se libertar dessa alienação, se quiser ser um sujeito (homem) completo e, viver com toda dignidade e justiça que deve ser igual para todos, não apenas para uma pequena elite que está no controle, ele precisa reformular seus conceitos, deixando de ser egoísta e indiferente, colaborando para que todos possam viver com dignidade. Só então ele poderá dizer que está vivendo como um trabalhador autêntico que quer e pode construir uma relação diferente dentro desse sistema capitalista, para com os outros e consigo mesmo.