Integridade?

Na seção “Entreouvido por aí” da revista O Globo, leitores enviam frases “curiosas” que escutam por aí.Neste domingo, li a de um senhor que,na praia de Copacabana, diz o seguinte à amiga:” – Ontem, minha namorada não veio. Hoje, ela veio com o marido.”

Você achou engraçado?Pois eu, não!Ando muito revoltada, sim re-vol-ta-da, com essa total desestruturação das relações afetivas.Afetivas não só no sentido amoroso, homem e mulher (homem e homem, mulher e mulher, com os homosexuais a desestruturação ainda é mais evidente, mas isso já é outro assunto), mas sim no sentido de relacionar-se.

Não há mais integridade, nem física, nem moral, nem espiritual, nem porcaria de integridade alguma!As pessoas se vendem por falsos prazeres momentâneos, as pessoas magoam uns aos outros por motivos fúteis e incoerentes, as pessoas querem ser respeitadas mas desconhecem o tão amplo e belo significado da palavra respeito.Caos, está tudo muito próximo do caos, se é que já não se pode dizer que do caos já até passamos, estamos vivendo além do caos, acostumamos-nos e ainda por cima vamos nos adaptando a todas essas modernidades.

A frase do senhor ali em cima me fez citá-la aqui porque é exatamente isso que tenho ouvido a todo o momento.Ouço de amigos, leio em jornais, vejo nos filmes, nas ruas, nas propagandas de televisão – aliás, não estou mais assistindo televisão nem a paga e muito menos a aberta, vitrine de exposição humana, culto agonizante à beleza e à sexualidade do corpo, gritante imposição do capitalismo; a mídia é perigosa demais, somos infelizes expectadores de grandiosas técnicas de convencimento!

Só não digo que não agüento mais, que estou desesperada ou que estou infeliz porque na vida que eu posso construir, na minha casa, no meu mundo, dentro do muro que pretendo construir, as coisas são e serão diferentes.Estou fazendo a minha parte, você faz a sua?Estou buscando entendimentos espirituais sobre a vida, busco crescimento, evolução da alma e do ser.Busco bons relacionamentos, planto boas sementes, grito paz, respiro fundo e não me entrego.Não vou me vender, não vou me deixar levar por esses absolutos horrorosos prazeres materiais e carnais, quero tudo isso bem longe de mim e da minha família.Quero coisas simples e do bem, quero olhar o céu e me entusiasmar, quero achar lindo o mar. Quero tomar um sorvete na padaria e reconhecer que foi um momento bom!Quero ser amiga, incentivadora, quero dar carinho e amor; e sinto muito por quem achar isso ridículo e inocente.Quero ser feliz mesmo vivendo com todas essas pressões e perigos, quero viver em sociedade, mas longe, bem longe dela por favor!

Catarina Flores
Enviado por Catarina Flores em 01/12/2008
Reeditado em 11/06/2009
Código do texto: T1313431
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