O quilombo-escola e a educação

Há nesta cidade, um quilombo disfarçado de escola, cujo nome é Zumbi dos Palmares. Lá, negros, brancos e mulatos buscam refúgio para abrigar-se da ignorância e da exclusão.

São pobres, são teimosos, são valentes!

As adversidades estão a cercá-los por toda parte, porém a resistência é a marca registrada dos guerreiros da educação.

A nossa guerra é pela leitura, no que fazemos nossas as palavras de Sebastião da Gama, que diz: “O que interessa mais que tudo é ensinar a ler. Ler sem que passe despercebido o mais importante e às vezes é pormenor que parece uma coisinha de nada. Ler, despindo cada palavra, cada frase, auscultando cada entoação de voz para perceber ao fundo a beleza ou o tamanho do que se lê.”

A luta é também pela escrita, pelo direito de aprender, pelo dever de educar.

Sonhamos com a escola perfeita, com o equilíbrio do texto, com a coerência da palavra em seus sentidos vários, o letramento como expressão do mundo.

O quilombo-escola vai aos poucos conhecendo, rendendo-se à Edgar Allan Poe, a Millor fernandes, a Iakissodara Capibaribe, a Beatriz Salles e tantos outros que nos falam por textos, deleitando-nos.

A oralidade e a escrita alternando-se, confabulando, contando fatos , articulando e tecendo histórias.

Almejamos o mesmo que Piaget, ou seja, uma “escola formadora de homens inventivos, criativos, que não repitam o que outras gerações fizeram”, uma escola onde conceitos de certo e errado sejam apenas motivos para errar acertar e realizar.

REFERÊNCIAS

SILVA, Tânia Amaral; BERTOLIN, R. Tecendo textos. Ensino de Língua Portuguesa através de Projetos. 6ª série. São Paulo: IBEP, 1999.

SANTOS, Leonor Werneck dos. Oralidade e Escrita nos PCN’S de Língua Portuguesa. UFRJ.