O peso das palavras

As palavras têm poder e influência, disso não há como discordar. Interessante é a forma como são empregadas, como variam dentro de cada contexto e muitas vezes nem percebemos. Exemplo disso é o racismo ou qualquer outro tipo de preconceito, que pode estar implícito nas linhas de uma poesia, em uma manchete de jornal, nas páginas da internet ou em um diálogo de novela. Então, seria suficiente estabelecer um vocabulário “politicamente correto” para solucionar esse problema?

O preconceito não possui apenas origem histórica, mas é um sentimento intrínseco no ser humano, especialmente no brasileiro, mal acostumado desde cedo a xingar os coleguinhas quando “algo” lhe desagrada. Não recebendo a devida correção, ele passa a fazer disso um hábito, discriminando verbalmente outras pessoas, desde o trânsito até seu ambiente de trabalho.

A ofensa feita através das palavras é apenas mais um dos tipos de agressão com os quais já estamos familiarizados. Essa sim é uma arma que não mata, mas fere o coração de uma nação que se diz livre de preconceitos.

Em um país como o nosso, democratizar o vocabulário poderia amenizar o preconceito, porém, não resolveria a situação. A diversidade étnica traz muitos benefícios, mas gera também o problema da não-aceitação.

Assim, não basta proibir que as pessoas utilizem determinadas palavras e expressões; é necessário que elas próprias desenvolvam a consciência do certo e do errado e o único meio de superar essas barreiras culturais é através da educação.

Joyce Amorim
Enviado por Joyce Amorim em 06/06/2006
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