UM PEDAÇO CHINÊS NO PAMPA

A Fase C da Usina Presidente Médici, entre outros projetos, faz parte de um Acordo Internacional entre China e Brasil. A integração dos dois países visa o fortalecimento da cooperação na Área de Implementação de Infra-Estrutura de Construção. O Citic Group, empresa estatal responsável pelo projeto, trouxe também, diversos chineses. Mas como é o cotidiano dos orientais em terra ocidental? Como é a rotina do maior produtor mundial de carvão mineral no solo gaúcho?

Como tudo começou

O Memorando de Entendimentos entre o Ministério de Minas e Energia e Ministério do Comércio da República Popular da China, foi formalizado em 06 de setembro de 2004. Posteriormente, o acordo, aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, foi publicado oficialmente em 03 de janeiro de 2007. Na mesma data, em setembro de 2004, ELETROBRÁS e CITIC Group firmaram o “Memorandum of Understanding”, visando estudos integrados em projetos de geração e transmissão de energia elétrica. Com a presença dos Presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, Hu Jintao, foi oficializado um Acordo de Diretrizes quase dois meses depois, em 11 de novembro de 2004. Em 2005, a CGTEE e o CITIC Construction Co. LTD assinaram o contrato para construção da usina.

Compras curiosas

Os chineses que por cá estão, mais do que por olhos puxados, chamam a atenção pelos hábitos, despertando a curiosidade da comunidade regional. Na culinária, várias são as excentricidades dos orientais. Além do grande consumo de alho, compram em média 20 kg de pimenta em cada compra. São consumidos em enorme quantidade, ainda, a couve chinesa, soja e diversos tipos de farinha.“Outro hábito curioso é que na manhã, eles não tomam café, e sim um tipo de sopa, sem sal ou açúcar”, relata uma candiotense.

Mais um ponto notado pela habitante do município é uma massa, “que deve ser feita só de farinha, fermento e água”. Trata-se do tradicional pastel chinês chamado guioza ou jiaozi, em chinês mandarim. Os ingredientes básicos da massa são farinha e água, os recheios podem ser variados e geralmente é cozido a vapor.

Não só no comércio de Candiota, como em Bagé, eles despertam interesse. “São bem curiosos e observadores, perguntam tudo sobre novidades em produtos, para que serve, como se usa, além de buscarem sempre produtos de qualidade”, destaca um comerciante. O gasto com café e chocolate, em média 30 barras de chocolate preto por cliente, também pode ser notado em um supermercado local.

A cultura do país, como o costume de mulheres usarem sombrinhas, é uma das atrações para a comunidade. Em uma única ida ao comércio, oito sobrinhas foram vendidas a um chinês. “Este hábito deles pode servir de exemplo pra nós, ainda mais agora com o sol forte e o câncer de pele”, ressalta uma moradora da vizinhança, próxima ao local onde estão instalados os estrangeiros.

Integração com a comunidade

Um dos raros momentos de confraternização com a população aconteceu na Gincana Solidária. O evento foi realizado em 24 de março deste ano, nas comemorações de 16 anos de Candiota. A gincana teve a participação dos chineses residentes no município, envolvendo atividades como, corrida do saco, escultura na areia e dança da cadeira. A equipe reuniu ainda, a Secretaria Municipal de Finanças, sendo intitulada Xiong Di. A palavra quer dizer integração na língua chinesa.

Reportagem feita no 7º semestre da faculdade, no 1º/2008.

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