Apenas mais um conto de fadas...

No primeiro dia de primavera, o rei Reynaldo mandou que todos os seus súditos e toda a família real se reunissem, pois tinha um comunicado.

À noite, todos já reunidos, o rei começou a falar:

- Eu, rei de Govermento, estou ficando muito velho e logo estarei sem condições de exercer a função de rei. Logo, o meu filho mais velho, o príncipe Eduardo, como diz a lei, ficará em meu lugar e será o novo rei de Govermento, mas para isso terá de casar-se.

Todos ficaram espantados com a notícia, principalmente o próprio Eduardo, pois era muito jovem, tinha apenas 18 anos e não pensava em casar-se tão cedo. Mas o rei continuou sem pausa:

- Então, meu filho, encontre logo uma esposa! Não quero saber como você a encontrará, quero apenas que se case o quanto antes!

Comunicado dado, o rei dispensou todos que ali se encontravam, e Eduardo, ainda perplexo com a notícia, começou imediatamente com o processo de encontrar uma esposa. Reuniu os súditos e ordenou:

- Vão ao reino e a todos os outros reinos vizinhos! Avisem que todas as moças bonitas e solteiras devem se encontrar aqui no palácio amanhã à noite para um baile, onde terei um comunicado muito importante para fazer a respeito de quem será minha futura esposa!

Os súditos assentiram a ordem, retiraram-se e fizeram à vontade do príncipe.

Uma pobre camponesa chamada Victória, ouviu sobre o aviso do príncipe de querer encontrar sua esposa e, resolveu também ir a esse baile, mesmo sua mãe não tendo aprovado a idéia, pois a filha era bela, mas muito pobre.

Na noite seguinte estavam todas reunidas no palácio, e Victória sentiu-se humilhada naquele meio, ela muito simples, enquanto as outras mulheres esbanjavam beleza, cada traje mais lindo que o outro. Passados alguns minutos, entrou o príncipe, as mais empolgadas, que se encontravam na frente, quiseram avançar nele, mas foram impedidas pelos guardas reais. Logo, ele começou a falar:

- Eu, príncipe Eduardo, comunico que estou à procura de uma esposa! E adianto que ela está aqui, hoje, entre vocês. Uma de vocês será a minha futura esposa e governará comigo todo o reinado.

Todas estavam tão encantadas com a beleza do príncipe que mal ouviam suas palavras. E ele continuou:

- Cada uma de vocês recebeu um envelope ao chegarem ao castelo. Dentro deles estão sementes de rosas, as mais belas de todas as rosas! Quero que voltem às suas casas e plantem-nas, em dois anos quero todas de volta aqui, e quem me trouxer o mais belo buquê dessas rosas, será a minha esposa!

Atônitas saíram às suas casas, querendo começar imediatamente a sua “prova” para ser a futura princesa, e tão logo rainha.

Victória contou tudo à sua mãe enquanto plantava as sementes, mesmo ela dizendo que aquilo não passava de ilusão, que ela nunca iria ganhar essa “prova” e que pobre não tinha vez nessa vida! Mas Victória tentou levar aquela conversa da mãe como uma piada.

O prazo já estava quase no fim e as flores de Victória não nasciam. Ela ficou aos prantos. E sua mãe lhe disse:

- Está vendo, minha filha? Pobre não tem vez nesse mundo!

Passados os dois anos, já estavam anunciando que as donzelas regressassem ao castelo. Mesmo suas rosas não tendo nascido, Victória resolveu ir ao castelo para saber quem seria a felizarda.

Chegando lá, cada mulher estava com um buquê mais belo que o outro! Rosas exuberantes, dignas de uma verdadeira princesa... O que deixou Victória intrigada.

O príncipe entrou e ficou surpreso com as rosas, olhou todas as donzelas. Percebeu que lá no fundo encontrava-se uma donzela. Era perceptível o seu grau de pobreza. E olhando-a, apontou e perguntou:

- Você! Por que não trouxe suas rosas? ... Vamos, diga!

Sim, realmente era ela, Victória! Ela ficou atônita, um arrepio de medo subiu pelo seu corpo, que a fez tremer e ficar tonta, a ponto de ter que se segurar na parede as suas costa, mas ergueu o queixo e disse com veemência:

- As sementes que o senhor me deu não nasceram!

Todos que estavam olhando para Victória se voltaram ao príncipe, que ficou por um minuto sem reação, mas logo se recompôs e disse friamente:

- Falsas! Todas vocês são falsas! As sementes que lhes dei eram iguais as dela! Venha! Você será a minha esposa, futura princesa e rainha de Govermento! Você é honesta e a honestidade me encanta! Mas também eu quero muito mais que uma rainha, quero uma mulher que seja digna do meu amor e de retribuí-lo a mim, digna de ser a mãe dos meus filhos... e você provou ser essa mulher com a sua honestidade!

Enquanto as outras se entreolhavam, Victória estava em outro mundo, sentia-se flutuar ao ir ao encontro daquela mão estendida a ela, que pertencia a ninguém mais que o príncipe, que dali para frente seria o seu marido...

GeGe
Enviado por GeGe em 19/06/2006
Reeditado em 29/07/2008
Código do texto: T178180
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