A VIDA NO CENTRO DE CURITIBA
No dia 29 de março de 1693, na Igreja Matriz da Praça Tiradentes, a do “marco zero”, foi fundada a Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais. A partir daí, Curitiba se desenvolveu ao redor do Centro. Tanto que, na década de 50, o bairro era chamado por “Curitiba”, como se em volta existissem somente chácaras, fazendas ou campos inabitados. O Centro já se chamou “Liberdade”, antes de chegar ao nome atual.
O bairro central tem aproximadamente 330 hectares, e uma população perto de 32 623 pessoas com idade média de 35 anos. Comodidade, proximidade de quase tudo, interesses comerciais e até a segurança são alguns motivos que levam as pessoas a escolher o bairro para morar. Gostando ou não, o Centro faz parte da rotina da maioria dos curitibanos.
Para a porteira Marlene de Carvalho, que mora e trabalha no Centro, a região é mais segura que os bairros no aspecto moradia. Ela alega que os apartamentos são melhores nesse ponto que as casas. “Você se torna escravo de sua casa, tem que vigiá-la o tempo todo”, diz Marlene. Já para a gerente de RH Eunice Rosângela, que mora no Centro há 27 anos e trabalha nele há 24, a segurança central é relativa. Ela, que nunca enfrentou situações de risco no Centro, diz que depende muito de estar no lugar errado na hora errada, como na Rua Riachuelo após uma certa hora. Ela também conta que o Centro é pouco recreativo. “Fim de semana isso aqui morre. Só tem o Passeio Público e os Shoppings, que são opções muito caras”, conta.
Com relação ao fator segurança, tão discutido pela população, o soldado da Polícia Militar Marcos Rogério é enfático: “a violência no Centro aumentou muito nos últimos anos. O ideal seria aumentar o efetivo nas ruas principais e restringir a circulação em determinadas áreas. Câmeras de vídeo também inibiriam ações marginais”.
Outras pessoas veem o Centro somente como local de trabalho. O administrador Nerci Doarte, que mora no Água Verde, mas trabalha e já morou no Centro, diz que o local está em conexão com toda a cidade. “Se eu trabalhasse em bairro, me sentiria muito isolado”, conta. Ele também afirma que o local é muito impessoal. “Nos bairros as pessoas tendem a se conhecer. Aqui no Centro, você não conhece o vizinho de apartamento”.
Opiniões à parte, em uma coisa ninguém discorda: o bairro é muito cômodo e prático. A grande oferta de serviços e o forte comércio facilitam o dia-a-dia de muitas pessoas, que costuma ser corrido. O Centro abriga ainda os Shoppings Mueller, Curitiba e Estação, três dos mais movimentados da cidade.