Sonhos de Hélio.

Abre os olhos e olha teu mundo, dança em teus braços um nirvana de texturas que ele ouve. As palavras recitadas pelo compositor embaladas como mariposas voando no teto branco gelo entram pela janela e pousa em teus lençóis borboletas tonificada em cada nota, brilham. (amanhece).

Um grito louco combinado com uma guitarra egocêntrica acelera teu peito, tuas rosas em cálices e vasos cinza, pulsam no ritmo de Mozart embebido entre Jim Morrison e poesias. Cada palavra gira em torno de teu mundo, cada mundo gira em torno de tua vontade e tua vontade gira em torno da liberdade acorrentada em sua sanidade que em minutos de musica se devaneia em sóbrio corpo que se levanta e deixa de sonhar. Desperta-se a realidade e vai aos afazeres de menino de homem, de alguém que sabes quem é, e sabes acima de tudo o que queria ser.

Realidade de criança.

Água verte do teto em torrentes que não purificam, limpa. As palavras ditas por desconhecidos dançam como fúnebre nota de fim inicial da manhã, elas correm enquanto ela toma café e são gritadas a teus tímpanos. Pessoas passam pela tua casa roubando tua atenção, uma explosão, pão sem sabor, leite-água. Levanta-se, veste-se, mastiga-se. Ignora-se em frente a TV. ignora seus sabores.

Risca com giz um sorriso nos lábios, guarda a conserva de vaidade em teu peito. Tranca a geladeira de tua alma e vai ao que lhe mantém (ligado). Vasculha seu verso em busca de qualquer vestígio de mentira. Iludisse.

Prantos em teus pés, força em tuas mãos, timidez em teu colo. Maldade em teu amor.Teu sangue gela e vive o teu dia.

Prazeres de adolescente.

Entram em teu casulo profissional, as moscas, vermes pousam no lixo em tuas mãos. Flores mortas em bocas alheias, escuridão na face adiante. Alimento verde desfila em tua ambição, que venha o fim das dores, que venha o fim do dia.

O branco céu a teu teto, as brancas paisagens a tua visão, se angustia em meio as paralelas organizações desorganizadas que o domina. O dono de tudo isso, o teu Deus é aquele que mais grama verde pode lhe dar, é aquele que escolhe onde e como) ele se angustia, é aquele que ao invés de dar-te sonhos, da lhe misérias. Teu patrono, teu contratante, teu assassino.

Crepúsculo de Adulto.

Volta a sua vez, seu alimento, sua noite começa. Novamente a torrente o limpa, a sua carne sem sabor roubada que é roubado pelo alvo de tua atenção. Novos risos, amores, olhares, nova dor. Solidão, solitária verdade, paginas degustadas no semi-sombra de teu descanso, talvez Drummond ou Lispector. De fato sonhos.

Se vê em ator, se vê em pássaros, se vê entre linhas. Despede-se do real, inventa um amor. Perde-se em um mar desconhecido vai além do irreal e enquanto se satisfaz perde teus únicos momentos inertes. La vem as borboletas brilhantes novamente (amanhece).

Sem Nomes
Enviado por Sem Nomes em 13/09/2009
Código do texto: T1808419