Verdade ou consequência

Certou ou errrado, ética ou moral. Através do certo inquirimos o errado e através da ética inquirimos se nossos valores morais estão realmente 'certos'; mas, com tantos pontos de vistas e interpretações, torna-se uma tarefa milenar longe de uma conclusão, filósofos contra argumentando entre si, valores morais em constante mudança, leis mudando, uns dizendo que só sabem que nada sabem. Circunstâncias fizeram-me crer que não há certo ou errado, as consequências julgam os atos... Se apedrejarem uma mulher no Brasil, certamente, haverá repulsa na sociedade e uma punição é necessária; é por isso que o correto, justo ou moralmente aprazado é prender o sujeito e dar a resposta necessária à sociedade. Já no Oriente Médio, apedrejar uma mulher não há tanto apreço social, o apedrejamento em si já é a consequência de atos moralmente depreciados. A mulher fora apedrejada, pois saiu sem a permissão do marido ou o traiu, fora contra valores rígidos de um sistema social lá vivenciado, portanto o ministério público não toma grandes providências, afinal, não se precisa dar alguma resposta à sociedade, e quanto ao contestamento: "e a resposta à mulher? a justiça não será feita a ela?" simples, é puro egocentrismo primar uma exceção sem incitação sentimental da massa, o problema está sendo ela, que fugiu dos padrões impostos pela maioria, a justiça creio que é um valor para manter a paz e a ordem, afim de promover a espécie humana a um desenvolvimento sustentável, fazê-la expandir. Portanto, pune-se ou não uma para manter os padrões que uma maioria decidira.

Em fim, a justiça deve basear-se na maioria, por mais que a minoria pareça certa em muitos princípios básicos para convivência ou princípios morais, se a maioria está convivendo de outra maneira e não há problema ou um caos completo, então assim poderá ser. Mudam-se os valores morais.

Quanto à ética e moral, não extingo a moral, faço-me crer que não há ética -- como definição composta, mas como derivada -- ela está na interpretação de consequências a fim de impor novos valores, que constituem a moral. A ética é apenas um dos elementos que formam a moral, essa sim encaro como a consequência de ações, a ética nada mais é que uma incitação à interpretação dessas ações, como devem ser interpretadas; a ética deve basear-se, pois, também na maioria...

Devemos ver se as consequências dos atos estão sendo prejudiciais ao desenvolvimento sustentável da humanidade, um exemplo superficial (não aprufundem muito na situação ou podem gerar ramificações que contradizerão o exemplo, pode ser que de alguma forma gere repulsa indiretamente na sociedade, priorize o direto): Ladrões de bancos como no filme 'O Plano Perfeito' ou 'Inimigo público', um banco com grandes índices de usura, ao ser roubado por um ladrão pacífico que não mata nenhuma pessoa, é gentil com as mesmas, extorque o banco que se consegue recuperar facilmente através de seguros, não gera repulsa na sociedade, no filme 'O Plano Perfeito' ninguém quis fazer justiça aos ladrões, isso não estaria sendo antiético? não, a ética deve basear-se na maioria, não houve repulsa social ou tirania dos bandidos, promoveu apenas um sentimento de revolução; que não julgarei, afinal, estamos em constante mudança, a revolução nada mais é que um catalizador.

É difícil termos a tão esperada verdade, saber se é verdade que aquilo está certo ou se é verdade que aquilo está errado, mas temos a consequência; já é grande coisa para se ter. Meçam as consequências de seus atos e assim estarás promovendo a justiça, comece por ti para depois direcionar aos outros, se aprederajam uma mulher na sua frente no Oriente Médio, deixe que apredrejem, a consequência de intervir poderá causar danos a ti e não mudará as bases do sistema imposto lá, apenas se incitares sentimentos na massa, mas vale a pena correr o risco? Se te encararem como problema, apedrejar-te-ão junto à mulher. Não vale a pena querer impor seu sistema de justiça, simplesmente porque você o acha justo. Afinal, os outros terão de acharem também, para que se torne ético.

(Matheus Santos Melo) (Teoria de Marcia S. Cascaes Pereira Oliveira)