A Bicicleta

Dizem que havia um garoto de 15 anos que tinha uma bicicleta de criança há dez anos. Ele não deixava ninguém chegar perto dela, pois era uma relíquia para ele, nem ele sabia por quê. Seus amigos zombavam disso, dizendo que uma bicicletinha não era coisa de adolescente, e sim, de bebê chorão. Seu pai insistia para o garoto largar a bicicleta, pois, no dia em que ele fizesse isso, ganharia o que quisesse. Mas o garoto não se desfaria da bicicleta de jeito nenhum!

- Filho, por favor, largue essa bicicleta! - disse sua mãe, certa vez - Você nem brinca com ela nem nada!

Então, o garoto pensou: "Se eu tenho que brincar com a bicicleta para poder ficar com ela, então, assim será! Certo, vou parecer ridículo, mas não posso me desfazer da minha bicicletinha...". E foi o que ele fez. Começou a andar com aquela bicicleta para lá e para cá. Ele montava a bicicletinha e ia passando pelas ruas do bairro. Como ele pensara, todos zombaram ainda mais do adolescente montando aquela biclicleta de criança.

Em um de seus passeios, o garoto avistou um menininho que grito quando ele passou: "UAU!". Ele seguiu o adolescente, correndo, e finalmente conseguiu fazer com que ele parasse.

- Que bicicleta linda! - disse o menininho.

- Ai, meu Deus! Agora até você quer zombar de mim?

- Não, não, não! Eu adorei! Acho você um garoto de sorte por estar com ela!

- Bem, obrigado, então! Agora, tenho que ir.

E o garoto foi embora para sua casa. De noite, ele ficou pensando no garotinho. Não conseguiu dormir, pensando nele. Então, no dia seguinte, ele deu um passeio novamente com a bicicleta e, novamente, encontrou o menininho. O adolescente pediu-lhe que fosse buscar um pouco de água para ele, apontando para um riacho. Enquanto o menininho ia, ele tirou um pedaço de papel do bolso e um toco de lápis. Rabiscou um bilhete, deixou junto com a bicicleta no lugar onde estava e foi embora. Quando o menininho volto, leu o bilhete, que dizia:

"DESCOBRI POR QUE GUARDEI A BICICLETA A VIDA TODA. VOCÊ PRECISA MAIS DELA DO QUE EU. ESPERO QUE APROVEITE!"

o menininho ficou muito feliz, o garato também. Ninguém nunca mais zombou dele, e estava satisfeito por sua boa ação.