Um dia

Um dia, achei que a felicidade fosse pra todos.

Na minha ingenuidade de adolescente, julguei poder possuir o mundo. Ser grande... Ser dona de meu nariz e da vida! Ser invencível sempre. Pois esse é o sonho e a vontade de todo adolescente.

Podia quem quisesse dizer o que queria... podia quem quisesse apontar os meuss erros, que achava que nunca errava, que estava no caminho certo, embora muitas das vezes o erro seja evidente, um adolescente nunca dá o braço a torcer.

Mas como tudo, a adolescência passa, mas suas marcas não.

Os problemas surgem... Responsabilidades... Falta de tempo... E o mundo não pára, como achávamos antes: que ele se curvaria a nossos desejos.

Não somos livres nunca! Tola ilusão! Somos pra sempre escravos de alguma coisa: do mundo... dos outros... de nós próprios.

E a felicidade? Parece que quanto mais caminhamos para ela, mas distância ela toma, mas longe ela fica...

A cada desilusão, a cada tombo, a cada derrota... parece que a felicidade se distancia mais e mais.

A vida vai passando... nós vamos passando por ela! E a cada dia, a cada passo, parece que mais complicados e difíceis ficam os acertos!

Hoje a adolescência vai distância... os sonhos e os sorrisos também, a vida segue, e como não se pode parar, sigo com ela... caminhando, tropeçando, caindo, levantando... Já não tenho mais a alegria de adolescente, mas a experiência das dificuldades pelas que passei (e não foram poucas). Minha bagagem é imensa, pesada.

Sorrir? Ser feliz? Sei não... É coisa de adolescente! Preciso aproveitar oportunidades, sem perspectivas, pois a vida não é feita de ilusões, mas de realidades, e quanto menos sonhos, menos decepções!

E ser decepcionada não quero mais!

Cláudia Marques
Enviado por Cláudia Marques em 20/08/2006
Código do texto: T220939
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