Correntes em migalhas
Correntes em migalhas
Pensar em mulher como costela remete-nos à velha cena da criação, onde a mulher é tida como uma costela, uma simples personagem coadjuvante, que foi feita apenas para saciar os desejos do seu marido, a ponto de esquecer dos seus anelos, vivendo, assim, às cegas, proibida de conhecer sua grande capacidade porque isso seria o início de uma total independência.
Se assim continuasse, hoje teríamos uma grande geração de ''filhas de Eva'' que não veriam outra razão na suas vidas, senão esta: procriar,Procriar,Procriar! Chegando, iludidas, a pensar que o seu corpo fora feito só para o marido, e sua memória para esquecer de si mesma, e lembrar seu senhor, nada, além disso.
Entretanto suas lastimáveis experiências fizeram-na abrir os olhos, e anelar um momento só seu, talvez sua ''hora da estrela'', um momento em que os olhares tivessem voltados para si própria, e sentido o prazer de ter o grito da existência ouvido, o poder bradar bem alto ''SOMOS MAIS DO QUE ISSO'‘.
Não importa as nomenclaturas lhe foi atribuídas, se Amélia, Macabéa, Insensatas, já não as aceita mais, mas a que lhe descreve melhor: MULHER. Mulher que foi gauche a todos os tabus pré-estabelecidos pela sociedade, mulher que foi guerreira, escrava, escritora, humilhadas e até ''homens'' para refazer sua história. Sim, mulher que aspira ao reconhecimento da sociedade porque traz consigo não só um rótulo de batalhas conquistadas, mas também a superação de um tempo escravista.
Wandreson Rocha.
NÃO DEU PARA ALINHAR!OK