Espartanos ou atenienses
Atenas e Esparta eram cidades-estados na Grécia Antiga. Ambas se rivalizavam em tudo, inclusive na educação de seu povo. Enquanto os atenienses aplicavam-se ao exercício da razão para o governo da polis, os espartanos direcionavam os esforços educacionais para a segurança de Esparta e conquista de vitória nas guerras.
Os espartanos tornaram-se rigidamente disciplinados e exímios conhecedores da ciência bélica, ao passo que os atenienses deram força ao conhecimento filosófico tornando-se o berço do saber ocidental.
Temos nesta dialética espartana-ateniense um bom modelo para a educação na pós-modernidade. Por um lado é preciso enxugar do currículo escolar as matérias ociosas para a vida prática dos alunos, assim como faziam os espartanos.
Eles ensinavam para o contexto histórico de suas guerras e conquistas. Em campo de batalha os guerreiros necessitavam bem mais de músculos e agilidade do que de teorias abstratas sobre a origem dos deuses e dos males, precisavam interpretar ordens e
segui-las bem mais que discutirem sobre a ética e validade das mesmas;
Por outro lado é preciso enriquecer o cabedal de conhecimentos dos alunos e produzir um avanço científico que retire os homens do campo de batalhas para as mesas de negociação. Nisto os atenienses deram exemplo aos ocidentais.
Formaram homens livres que garantissem a abrangência desta liberdade a outros homens.
Se em nosso tempo seguíssemos esta dialética nos currículos escolares teríamos bem maiores colheitas e maiores satisfações com os sistemas de ensino. Eu mesmo estaria bem melhor preparado para enfrentar a pós-modernidade que estou agora.
Penso nos anos a fio que perdi dentro das escolas, decorando fórmulas e questinários desnecessários para a vida prática.