OS JOVENS, O CAPITALISMO E AS ELEIÇÕES

Tendo presente o avanço do capital em detrimento do elemento humano, tornou-se vital para a própria sobrevivência da humanidade, o debate acerca do capitalismo e suas implicações.

São muitos os autores que, ao buscarem decifrar a lógica do capital, concluíram que ela diz respeito à “concentração de renda nas mãos de uns poucos”, “do lucro a qualquer custo”, “onde o maior destrói o menor”. Certamente um dos principais defeitos do sistema capitalista está na cisão entre a produção e o consumo. Sem consumidores não há motivos para produzir e, sem esta, o “fantasma da crise” re-surge. Assim, contrário de outros modos de produção (primitivo, escravocrata e feudal) no capitalismo têm-se a crise da super-produção.

Destarte, o movimento estudantil - e não só eles - antes que seja demasiado tarde, precisa continuamente renovar-se na luta em favor da educação que construa o “homem novo”. Por uma educação que liberte o ser humano das pré-noções, dos pré-conceitos, dos pré-julgamentos, dos estereótipos que aprisionam a reflexão, a possibilidade do pensar com lucidez e, por conseguinte, da práxis revolucionária.

Diuturnamente, a “ideologia do capital” procura inculcar na alma dos trabalhadores a subserviência, o comodismo, o individualismo, o “quem pode mais chora menos”, a “concorrência desleal”. Para quem detém o poder é altamente importante que os trabalhadores briguem entre si. A fragmentação, a individualização dos fracassos fragiliza a classe trabalhadora diante do capital. Portanto, é relevante frisar que apesar de não vivermos mais no regime militar, onde o inimigo era visível, hoje “o monstro” a ser enfrentado é muito maior, porque “age de modo imperceptível e veste-se elegantemente”. Sendo assim, toda ação individualizada, “presa a sua própria sombra” fenece e, por isso, o movimento estudantil para manter-se depende de sua articulação com os objetivos construídos coletivamente no interior da sociedade organizada.

A tomada de consciência por parte da juventude tornou-se uma questão de vital importância, pois a essência do capitalismo é reduzir tudo a uma questão de mercadoria. E, uma coisa é você viver numa sociedade mercadológica, inserido nela e afirmando-a. Outra é você compreender a realidade e sempre que possível negá-la. Assim, gradualmente será possível a produção de mecanismos que possam contrapor-se a hegemonia do capital destrutivo.

Em anos de eleição os jovens vivem um momento privilegiado de exercitarem a cidadania. Existem candidatos comprando uma cadeira na assembléia legislativa e que - depois das eleições - trabalharam apenas em causa própria, de modo contrário aos interesses da população. O voto é coisa séria. É um atentado a democracia votar por causa de placas, dinheiro, promessas enganadoras [...]. Os jovens precisam aprender a buscar na internet, nos movimentos sociais, o conhecimento do histórico dos candidatos e votar de modo consciente.

A democratização da sociedade passa pela socialização do conhecimento, das riquezas historicamente produzidas pelo trabalhador e vice-versa. Que nestas eleições o bom senso possa falar mais alto que o poder de corrupção das “campanhas milionárias” que procuram manter, de todos os modos, seus “currais eleitorais” por meio da alienação política dos jovens e dos cidadãos.

SolguaraSol
Enviado por SolguaraSol em 14/09/2010
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