EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

É comum em nossos dias a busca pela educação de qualidade, a favor da vida, que emancipe todos os seres humanos em função da crescente organizações dos diversos setores de nossa sociedade. Os que estudam sabem bem que a qualidade na educação que a classe trabalhadora reclama não é a mesma que a elite compreende. Os trabalhadores almejam uma educação que conduza seus filhos a emancipação, em que se ensine que todos são iguais, que a vida é para todos e o fortalecimento de uma economia solidária é urgente. Os burgueses entendem a qualidade na educação aquela que conduz a decorreba de fórmulas e receitas para que seus filhos sem muita reflexão de sociedade fiquem aptos para cursar nas universidades públicas (de preferência) cursos bem disputados como medicina, odontologia, engenharia, entre outros. Isto é, que sejam concorrentes diante do darwinismo social defendido a séculos pelo liberalismo onde só tem vez quem é competente. É a famosa ideologia da meritocracia defendida muitas vezes por aqueles que nada possuem e tanto precisam de um governo mais presente, de uma sociedade mais justa e igualitária.

Porém, o que vemos em Cascavel é que o tal "ensino de qualidade" é uma mercadoria bonita na teoria e insana na prática. Recordo alguns aos atrás o professor reclamando de um colégio particular de nossa cidade: "Até quarta-feira os jovens estão contando as proezas da festa do fim de semana, com quem ficaram, o que fizeram. Daí por diante começam a programar o novo fim de semana. O professor inimigo deles é o que quer ensinar, pois eles se colocam como clientes, estão pagando e tudo o que querem é festar, afinal, a vida já está garantida desde que nasceram, gabam-se".

Já na escola pública o que dizer de tal complexidade social imperante. Os alunos na maioria são filhos de trabalhadores que vão estudar a noite após um dia inteiro de trabalho. É difícil a sala que não se encontra um aluno desmaiado na carteira. São alunos excelentes em sua grande maioria, mas que gastam as melhores energias na busca pela sobrevivência. Se a estrutura da escola pública deixa a desejar, o material humano é um espetáculo. Os alunos são a quilometros de distância melhores que os das escolas particulares, os bem nascidos. O que falta é muitas vezes estrutura, material didático, alunos menos cançados, professores menos sobrecarregados.

Assim, a qualidade da educação estadual liga-se com a valorização dos professores e o entendimento da totalidade da nossa sociedade. Sem investimentos e ações concretas tudo não passa de demagogia supérflua.