Diferente

Desde mocinha sinto que sou diferente.

Meu modo de pensar sobre o mundo não condiz com o normal das outras pessoas.

Sou racional demais. Sonhadora, mas racional. Separo tanto o mundo da fantasia da realidade que assusto as pessoas com isso.

Tenho formas estranhas de encarar assuntos como morte, filhos, vida, que às vezes eu mesmo me interrogo sobre o porque de eu ser assim.

Minha vida, tão cheia de altos e baixos... Agora de lá no topo, dali a pouco de cara no chão. Acho que talvez meu excesso de apatia ou conformidade sobre as situações que acontecem venham disso. Sei que por mais que eu nade, sempre acabo morrendo na praia.

Sei que é preciso erguer a cabeça, viver, lutar, mas ao mesmo tempo, sei que para mim tudo é sempre perdido no meio do caminho. Perdido ou retirado.

Sinto-me sobrando, em toda uma situação. Sinto que se eu sumisse de uma hora pra outra, muito pouca falta iria fazer, ou talvez falta nenhuma mesmo.

Esse ser diferente é complicado: as pessoas querem gente otimista, de bem com a vida, que ache que a felicidade é possível.

Não consigo ser hipócrita para alegrar os outros, não consigo ser falsa. Digo o que penso, o que sou, e isso apavora!

Esse não é um Planeta de felicidades, mas sim de Provas e Espiações. Temos momentos de sorrisos, mas felicidade real, desta estamos bem distantes...

Isso não é pessimismo, mas conhecimento das leis que regem o Universo. Viemos para trabalhar e fazer o bem ao próximo, não para sermos felizes.

Essa diferença de pensamento me torna uma ET, um ser diferente em meio à uma sociedade de iguais.

Será que vale a pena fingir? Falar o que os outros desejam ouvir? Tornar as coisas efêmeras como eixos principais de vida?

Estou perdida entre o que sou, e o que esperam de mim...

Continuo sendo e pensando como sou, ou curvo-me diante desse mundo falso, sendo o que querem que eu seja e sendo assim querida e amada por todos?

Talvez seja melhor a resignação da solidão, do que o sucesso de estar entre milhares de pessoas falsas!

Estou perdida... preciso me achar! Ou talvez sumir de vez de mim mesma!

Cláudia Marques
Enviado por Cláudia Marques em 13/10/2006
Reeditado em 13/10/2006
Código do texto: T263312
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