A EXPOSIÇÃO DO TERROR!

Uma foto de menina morta com três canetas enfiadas no nariz e dois lápis na vagina. Três múmias, uma delas na forca e a outra remontada, após ser mutilada por foice. Um pênis artificial de aproximadamente 20 centímetros de largura com resíduos de fezes. Um feto masculino com o pênis nascido na testa e até uma coleção de... calcinhas!

Esta é o cenário testemunhado pelos visitantes do Museu do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. A sua área não é muito grande (apenas 30 m² distribuídos em um quarto em formato de “L”), contudo é capaz de causar repugnância em poucos instantes. Logo na entrada, encontram-se dezenas de fetos abortados com má formação congênita, órgãos afetados pelo consumo de drogas e um pênis decepado. A parte superior das paredes é repleta de fotos de cadáveres mutilados. Restos mortais carbonizados, ossos e moldes de vaginas estupradas compõem a macabra decoração de parede. Uma das múmias é a do assassino curitibano Paraibinha, que atacava suas vítimas a foice e terminou morto em 1977 pela sua arma predileta. A lascívia humana é exemplificada pelos vibradores nas versões pênis e vagina e pela coleção de calcinhas que pertenceu a um maníaco sexual.

O curador, Joel Camargo, tem 30 anos de experiência no IML e é o responsável pelo museu há sete anos. “Gosto do que faço. Eu trabalho com respeito aos mortos”. Mesmo com tanta experiência, Camargo explica que “tanta violência é algo chocante. Agradeço a Deus pela vida”. Ainda de acordo com o curador, o museu surgiu no início de 1975 para fins de estudos científicos, criminais e educacionais. Em um ano, cerca de 3200 alunos de Medicina, Enfermagem, Direito e outros cursos passam pela horripilante exposição. Aluna de Enfermagem, Dayana Augustymczyk, 26 anos, em sua primeira visita, se impressionou com o material do museu. “Sinto revolta. Essas coisas não chegam para nós pela mídia, e quando vemos isso de perto parece até que faz parte de outro mundo”, conta a estudante. Já Diana Cruz, 20 anos, aluna de Biomedicina, resume em uma frase chula as suas impressões sobre o museu: “o mundo é foda” (sic). Para Humberto Ronque, também acadêmico de Biomedicina, “apesar da banalização da violência, ainda é possível se impressionar com o que o ser humano é capaz de fazer”.

As visitas ao museu são guiadas pelo curador Joel Camargo e dependem de autorização prévia do diretor-geral do IML (Cel. Almir Porcides Jr.) ou do interventor geral do necrotério (Dr. Antônio Cássia). Não é permitido gravar, filmar ou fotografar seu interior. Menores de 18 anos, apenas na companhia de seus responsáveis. O museu está instalado no subsolo do IML, na Avenida Visconde de Guarapuava, 2652, Centro. O horário de funcionamento é entre 8h e 17h, de segunda a sexta-feira. O telefone é (41) 3281-5600.

Andre Mengo
Enviado por Andre Mengo em 07/12/2010
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