Calada do amor

Digo ou não digo? Que mal há? Pelo que aprendi amar não é nem injustiça, muito menos pecado...

Aproveite, ele está a menos de três metros de seus olhos menina! É simples, encoste sua mão no ombro dele, vire-o devagar e diga-lhe com alto e bom gosto: Eu te amo!

Não! Não! Onde estou com a cabeça? Isso é um atentado contra minha moral, ele é quem deve se declarar! Mas, pelo que sei, ele é tímido, foi criado em família nobre, é conservador do lírismo...faz parte de uma minoria dos últimos românticos!

Ele é perfeito! Não posso perder mais essa batalha. Não há nada que me comprometa, o máximo que poderei ouvir é um não! Talvez se fosse só isso seria mais fácil, mas sei que ouvirei o que mais me machuca: Eu lhe vejo apenas como uma ilustre amiga; essa será a frase do belo cavalheiro à antiga amazona, que era forte e valente e num momento mostrou-se dama sensível e apaixonada!

Nunca devemos deixar algo que vemos com outros olhos se aprofundar em uma amizade de cumplicidades, depois nunca mais teremos a oportunidade de demostrar isso que nos faz sentir-se fora do chão,com o pensamento fora de si...

É algo impressionante! Sentimos algo tão grande dentro de nós, algo que nos tira da realidade, tudo parece resplandecente como o sol das manhãs. Existem vários tipos de amor, mas acho que todos provocam a mesma sensação, as vezes são tão lindos que nos dão vontade de chorar, de emoção momentânea mesmo!

Não posso estar pensando nisso, nunca acreditei em príncipe encantado, desde muito pequena aprendi que o amor não existe, o que exite é um jogo de interesses e cobiças, o casamento se consuma, a família se forma, o tempo passa, e o amor acaba! Isso sim é a realidade, pode parecer fria, mas é a realidade!

Ou talvez não, talvez diga isso por nunca ter experimentado o gosto do amor verdadeiro, por nunca permitir-me ser levada aos doces embalos de momentos felizes.

Pois é, a vida nos proporciona momentos de indcisões, agimos de um jeito, pensamos de certa forma, mas ela nos prova totalmente o contrário. Sobre minha decisão? Mal resolvi, mas após me calar com minha consciência por alguns segundos, vi que ainda tenho medo de uma palavra tão pequena e insignificante, é preferivel calar dentro de mim este sentimento imenso, do qual não tenho como controlar seus impulsos em meu exterior. Quando estou com ele dentro de mim mostro-me radiante, nada me irrita, nada me atrapalha, a vida fica fácil e reluzente a cada segundo!

Então pergunto-me, por que não viver assim para sempre?

E de imediato respondo-me: porque não posso decidir pelos outros, as vezes prefiro viver mergulhada em ilusões do que voltar a triste realidade solitária!

Resumindo, deixarei a vida resolver por mim! Enquanto isso, darei continuidade ao conto de fadas da amazona que jurou nunca se apaixonar, mas de repente viu-se mergulhada na magia e no êxtase do amor.

Qual será seu desfecho? Você pode deduzir?

Li Porfirio
Enviado por Li Porfirio em 27/10/2006
Reeditado em 27/10/2006
Código do texto: T274663