A moda é estar na moda

Doentio. O comportamento consumista incentivado pela atual sociedade capitalista forma seres humanos frios e fúteis. Os produtos e as pessoas tornaram-se descartáveis. O meio ambiente sofre o impacto da produção industrial para atender a essa demanda que aumenta gradualmente. Tudo isso para satisfazer a política do lucro pelo lucro?

A globalização da economia possibilitou, também, uma integração ideológica mundial, contribuindo para a formação de um grande bloco de consumo, gerando aos países dependência financeira do mercado externo. A economia cresce. O sistema desenvolve-se. A sociedade renova-se. E o resultado é fantástico e desastroso. Estupenda a possibilidade de adquirirem-se produtos de qualquer parte do planeta, fabricados com a mais alta tecnologia, diversificados em tamanho, modelo e preço. Louco o hábito de querer sempre mais, do desejo sem controle de seguir as tendências da moda, a qualquer custo.

A indústria cultural transforma os consumidores em cobaias do capitalismo. Anúncios os mais atraentes de produtos os mais modernos, sem dúvida, atingem inconscientemente a mentalidade das pessoas, que tendem a valorizar o ter ao invés do ser. Esse tipo de comportamento é observado nas compras e nos relacionamentos, pois, assim como uma mercadoria cai em desuso e é substituída com admirável rapidez, as relações interpessoais tornam-se cada vez mais instáveis e menos duradouras.

O problema do consumo exagerado só poderá ser resolvido se for encarado como tal. Isso é doença, grave, e hoje tem nome: oneomania. Quando for vencido o jogo de interesses que rege o mundo, talvez o consumismo e suas consequências econômicas e sociais amenizem. A proposta parece um tanto utópica, mas nada é impossível com luta e consciência.

(Dissertação que escrevi no 3º ano do Ensino Médio e foi publicada pela Folha Dirigida em um livro de redações de alunos)