CORRENTES, ESPAÇOS E CAMINHOS

Eu ainda procuro alguns caminhos perdidos no tempo...Os caminhos que eu preciso conhecer, percorrer e reinventar... Terei tempo para tantos? Eu não busco mais as paixões devastadoras, que não têm tempo para respirar, que roubam meus dias e minhas noites.

Agora eu procuro uma música de Chopin para me ajudar a entender o que tenho por dentro...Não deixo que me toquem, mãos que desejam me acorrentar, pois sou muitas coisas ao mesmo tempo e ainda não me realinhei em muitas delas. Por que enquanto pássaro, não reconheço limites e estou em constante migração. Atravesso mares, oceanos e sigo o tempo. Ele me leva onde desejo estar.

Não quero para mim o espaço que me acorrenta e me devora, nem a calmaria de um inverno artificial. Não aceito as correntes, só as oceânicas...

Quando não sou pássaro, sou como o vento, em toda sua infinitude, e corro por ai. Me dou o direito de passar sobre os abismos, e se possível cair sobre eles, para ver a profundidade de cada um. Não quero para mim os freios que esmagam meus movimentos e me deixam a repulsa do estancamento. Eu quero viver de acordo com os elementos que tenho pela frente. Se sou pássaro, vento, folhas ou movimento, eu não discuto, mas me refaço em questões que só Chopin entende. Me reconheço e por vezes, me estranho, por que, me descubro semprE diferente de quem encontro dentro de mim.

Não choro por amores perdidos. Estão perdidos. Para mim e para o tempo.

E se em dado momento, sou uma viagem, tenho caminhos não revelados, que se consomem em parte do que penso.

Se eu sou uma alma, eu também sou inferno e paraíso... Meu prazer, está em viver segundos, enquanto respiro.

E assim, quem sabe, o meu pensamento, entenderá que eu aconteci, fatalmente livre e em silêncio, com poucos arrependimentos e multiplas formas de ler a vida. Afinal, eu cresci, sou uma mulher que convive com tormentos e desejos, com solidão e saudade, com presenças e sorrisos...São os encontros e os desencontros do meu rosto.

São as palavras e as não palavras, dos meus dias. Eu sou mais que uma promessa a mim mesma, sou o desejo de compreender o que se passa em meus olhos!

Rita Marangon
Enviado por Rita Marangon em 11/07/2011
Código do texto: T3089262