Reciclagem: Geração de Empregos

Passado o processo eleitoral e toda a discussão que dele surgiu sobre os rumos do país e as propostas aos problemas mais sensíveis vividos hoje, o que se deve buscar agora é efetivamente achar meios para solucioná-los. Mas esses meios devem ser práticos e objetivos, longe de demagogias e paternalismos, deixando de lado o protecionismo que muitas vezes se infiltram na classe dirigente do país.

Para tanto, uma solução que poderia ser analisada melhor pelo futuro governo seria a indústria da reciclagem.

Atualmente, uma das “matérias-primas” mais abundantes no mercado é o lixo. Quantas não são as toneladas geradas num único dia em um Município, seja a origem que tiver, proveniente das residências, indústrias ou comércio.

A tecnologia hoje do reaproveitamento de materiais como o papel, o plástico, o vidro ou o metal já se encontra relativamente difundida nos setores industriais. Porém esse processo poderia ser mais bem implementado, alargando-se as fontes de recolhimento desses materiais e ocorrendo uma melhor divulgação do reaproveitamento de outros produtos como as sobras da construção civil ou da borracha usada em pneus, materiais que já possuem um método eficiente de reciclagem, mas que se encontram sub-aproveitados. Analisando, mais detidamente, até mesmo os lixos orgânicos, se bem processados em uma indústria adequada, podem ser reaproveitados, seja na elaboração de gás combustível, seja no desenvolvimento de adubo orgânico, que abasteceria a agricultura.

As pesquisas nessa área mostram que não só existem métodos simples de reaproveitamento do lixo, mas, e principalmente, que o processo de reciclagem é menos custoso que a elaboração de um produto novo através da extração da matéria-prima da natureza, o que pode ocasionar numa redução do preço de determinados produtos no mercado, devido ao seu barateamento.

Analisando por outro prisma, no que se refere à questão ambiental, trabalhando-se com a reciclagem, quantas não seriam as áreas que poderiam ser destinadas, por exemplo, à agricultura, evitando-se de se criar os aterros sanitários? Além disso, deixaria de ser, esses locais, focos de criação de pestilências, frutos dos lixos que podem contaminar rios, destruir vegetação, ocasionar mortandade de animais ou denegrir a questão ambiental de dada região.

No que se refere à criação de empregos, objeto desta discussão, em primeiro lugar, torna-se necessário que o governo, através da elaboração de leis, regulamente a questão, não só no âmbito trabalhista, mas também no aspecto tributário e em relação às normas de segurança do trabalho. Além disso, o governo deveria incentivar o desenvolvimento da indústria da reciclagem, o que geraria muitos empregos nas municipalidades, empregos estes muito diferentes dos chamados catadores de papel que não possuem nenhuma garantia empregatícia, bem como à sua saúde. Tais empregos estariam ligados a uma indústria que possuiria equipamentos adequados, procedimentos coordenados e todo um resguardo da legislação pertinente.

Mas não é só, a receita estatal oriunda dessas empresas ampliariam, o que geraria novas divisas ao Estado para investir nos programas governamentais, seja ele na construção de moradias, ampliação de hospitais, educação e outros tantos já devidamente demonstrados e debatidos no processo eleitoral.

Obviamente que não são todos os detritos que podem ser reaproveitados. Os dejetos químicos, radioativos e nucleares, pela sua própria natureza, devem ser devidamente separados e conservados, senão o resultado pode ser catastrófico. Tenha-se como exemplo os casos de Goiânia e de Chernobyl. Igualmente os lixos hospitalares, devido a sua origem, merecem receber um tratamento especial, visando sua eliminação.

Logicamente esta ação não cabe apenas ao governo, mas a cada tem sua parcela de contribuição. Cada um, separando o lixo residencial, e entregando ás pessoas que o recolhem ou depositando-o nos contêineres espalhados pela cidade, já estão contribuindo para a criação dessa frente de trabalho.

A efetivação desse trabalho requer mais esforços. Os Municípios poderiam iniciar esse trabalho espalhando contêineres nas principais vias de cada urbe. As escolas, objetivando adquirir novos equipamentos para o desenvolvimento da educação, poderiam incentivar o recolhimento através de seus alunos. E que ninguém duvide da capacidade das crianças, pois elas, quando devidamente orientadas conseguem excelentes resultados! As instituições de amparo poderiam colocar contêineres próximos às suas portas, o que seria uma fonte de renda alternativa, o que as deixaria menos dependentes de fontes de renda externa. E o mais importante, tal trabalho parte da consciência de cada indivíduo. Um pouquinho de esforço de cada um, muitos empregos surgirão, novas fontes de esperança àqueles que nada tem surgirão, enfim começaremos a mudar nosso meio.

Piracicaba, 29 de novembro de 2.002.

julianopd
Enviado por julianopd em 24/11/2011
Código do texto: T3353547
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