Armas de Guerra x Armas da Paz

Vivemos hoje uma grande discussão que remete-nos a um dilema; devemos ou não manter a permissão de venda de armamentos no Brasil?

Como é sabido, a venda legal de armas é permitida mediante alguns requisitos, quais sejam, que o comprador faça o registro de sua arma perante a autoridade policial e que, para portá-la, tenha a autorização respectiva.

Por outro lado, sabemos que a imensa maioria de armas usadas por criminosos tem origem em contrabando, sendo que parte delas é de uso restrito das forças armadas e não podem ser vendidas no país.

Se assim é, ou seja, se essas armas usadas por criminosos têm origem ilícita, por que proibir a venda legal de armas? Por que, pois, privar a população de adquirir armamento para os mais variados fins, desde peças de coleção até para sua própria proteção? Ora, diriam alguns, a proibição daria ao criminoso enorme vantagem sobre a população, pois aquele saberia que suas vítimas não possuem armas e sua ação delitiva estaria facilitada.

No entanto, devemos ser contra as armas de guerra, por vários motivos. O primeiro deles é o despreparo. O que faria um cidadão sem preparo algum para usar determinado armamento? Não colocaria as pessoas e a ele próprio em risco desnecessário? O bem material eventual subtraído pode, com o passar do tempo, ser recuperado. Mas e a vida? E a integridade física?

Outro motivo refere-se à ação e reação. O criminoso age já tendo elaborado sua ação, enquanto sua vítima não espera essa ação. Ou seja, o criminoso tem a situação perfeitamente estudada pegando a vítima de surpresa. Uma possível reação tem sempre como origem a ação primária e imaginar que essa reação causaria surpresa ao criminoso é ilusória, pois a tensão e a violência tende apenas a aumentar.

Além disso, devemos nos ater a um outro motivo, que se refere à frieza do agente. Ao contrário de sua vítima, o criminoso antevê as possíveis situações de risco que pode passar e está disposto a enfrentá-las. Reagir seria apenas realizar uma dessas possibilidades.

Pois bem, argumentar que a venda legal de armas serve para manter um estado de paz social é falsa e tendenciosa para manter um comércio. Para conseguirmos viver em paz é necessário que passemos a pensar e agir com as armas da paz, ou seja, com respeito, cordialidade, transparência, e não usando instrumentos de guerra, desunião, destruição.

É evidente que tal atitude não será aplicada por criminosos, mas agir como eles, estaremos apenas criando uma sociedade ainda mais tensa e desestruturada. Não criaremos paz com guerra, mas apenas mais guerra e destruição.

Deixemos as armas para aqueles que têm preparo para usá-la, como os soldados, até que um dia não se faça mais necessário até mesmo o uso das arnas por eles e a própria existência do soldado, pois nesse dia, o respeito e a fraternidade será fruto, não da imposição de um grupo, mas resultado da evolução do ser humano.

Piracicaba, 19 de setembro de 2.005.

julianopd
Enviado por julianopd em 16/12/2011
Código do texto: T3391703
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