Uso Racional da Água

O Brasil é considerado um país com fartos recursos hídricos, composto por inúmeras bacias hidrográficas, além de apresentar, na maioria de seu território, bom índice pluviométrico. Acrescente-se nesse quadro as reservas subterrâneas, destacando-se o Aqüífero Guarani, que armazena grande volume de água.

Essa é, pois, a situação brasileira em relação aos recursos hídricos, um país bem abastecido por água e que poderia não viver a realidade cada mais mais iminente de racionamento de água. Aliás, conforme apontam estatísticas e estudos de especialistas, a água será, em pouco tempo, o recurso mais requisitado pelas populações e também objeto de disputas, caso não seja bem gerenciada.

No entanto, apesar da posição privilegiada do Brasil em relação aos recursos hídricos, inúmeros municípios racionam o fornecimento de água à população. Por que isso ocorre?

Evidentemente que a má gestão é a causadora dessa situação. Municípios inchados, sem qualquer planejamento seja na gestão de recursos, seja na urbanização, o que acarreta na impermeabilização de grandes extensões territoriais (como exemplo típico citamos o Município de São Paulo); desperdício causado tanto pela má distribuição e gerenciamento quanto pelo uso desregrado da população que insiste em lavar calçadas, carros e deixar torneiras abertas; desflorestamento desenfreado, em especial nas proximidades de nascentes; tudo compondo um quadro de completo desperdício sem medição das conseqüências.

E de quem é a culpa por isso? Quem são os responsáveis?

Poderão dizer: são os políticos, que não destinaram tempo, projetos e verbas para essa questão. No entanto, será que não existe uma parcela de responsabilidade da população no desperdício? O que fazemos com a água em nossas casas? E os governantes que mal administram os recursos hídricos não foram eleitos pelo voto direto? Vê-se, pois, que, em última análise, a questão da preservação dos recursos hídricos é de responsabilidade de cada um, individualmente. É necessário que cada um se conscientize da importância da preservação dos recursos hídricos, para que num futuro próximo ainda haja água para todos. Caso contrário, assistiremos à morte de rios, como ocorreu com o rio Tietê e agora vemos ocorrer com o rio Piracicaba. Para recuperá-los, muito investimento é necessário, enquanto que para sua preservação, as medidas são menos custosas.

Em relação à política, é necessário observar que o crescimento desenfreado e irracional só tende a piorar a situação. O planejamento deve se ater não só a necessidade do crescimento econômico, mas também ao crescimento social equilibrado, proporcionando qualidade de vida para todos, o que, indubitavelmente, requer água para atender as necessidade populacionais.

O uso dos recursos hídricos necessita de urgente planejamento e políticas sérias. A recuperação de mananciais e nascentes, o tratamento do esgoto e o fim do desperdício precisam de urgente atenção, pois senão o Brasil será um país que viu seus recursos hídricos se perderem devido à má gestão.

Piracicaba, 18 de outubro de 2.006.

julianopd
Enviado por julianopd em 21/12/2011
Código do texto: T3399770
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.